22/04/2019 às 18:00 – Atualizado em: 22/04/2019 às 17:56
João Martins e Larissa Oliveira
Agência Facopp
O Vira Galo é um projeto interdisciplinar que ocorre no sétimo termo de Publicidade e Propaganda da Facopp com objetivo de desfragmentar as disciplinas do curso. Os alunos trabalham em cima de um problema de comunicação de uma determinada empresa, que no projeto é chamado de cliente.
Este semestre, o cliente escolhido é a Associação dos Cegos de Presidente Prudente. Segundo a supervisora do projeto, professora Fernanda Mello, a escolha surgiu de um curso que participou com a professora Mariangela Fazano chamado Braille Bricks, que trabalha com lego para cegos.
“A gente estava assistindo esse curso e ele começou a nos tocar. A gente sempre pensa num tema que toque, porque a partir do momento que isso acontece conosco, supervisoras, consequentemente vai tocar também os alunos. A intenção do Vira Galo é tocar para que haja mesmo a imersão dos estudantes”, relata.
A partir disso, houve um contato entre os professores junto à instituição e surgiu a parceria. Fernanda ainda conta que a Associação dos Cegos compareceu a Facopp logo no início do semestre e trouxe diversas pessoas com deficiência visual para que fossem realizadas várias atividades com os discentes. “Eles realizaram a vivência de andar com bengala, de não enxergar nada, para vivenciar mesmo, para realizar essa imersão e identificação dos problemas na comunicação para poderem trabalhar.
Entre os problemas encontrados, a supervisora cita que os alunos precisarão trabalhar em uma campanha institucional, endomarketing, comunicação digital por meio das mídias, eventos para levantar fundos, mobilidade e acessibilidade e conscientização e informação. Com isso, vários grupos foram divididos entre as salas da manhã e noite e cada um fica responsável por fazer pesquisa, planejamento e produção de acordo com a área que está inserido.
COMO OCORRE
A equipe do aluno Eduardo Espindola, do período noturno, fará a elaboração de uma campanha institucional, pois foi realizada uma pesquisa e percebeu-se que muitas pessoas não conheciam o trabalho da Associação dos Cegos. “É uma grande responsabilidade, mas uma grande satisfação. Neste momento já estamos na definição de um mote para a campanha para darmos início a criação de peças conceito.”
Ele conta que a dificuldade constante que o grupo enfrenta é a abordagem do tema, pois o público deve ser bem entendido, assim como assunto tratado com muito cuidado e responsabilidade, a fim de atingir o objetivo de incluir as pessoas com deficiência na sociedade conscientemente. “A facilidade é que podemos contar com as mentes criativas do nosso grupo, além de todo o suporte dos professores”.
Já o grupo da aluna Laís Bento, do período matutino, ficou responsável pela parte de marketing e, no momento, estão no planejamento de mídia e na criação.
IMPORTÂNCIA DO PROJETO
Fernanda acredita que o Vira Galo serve para os estudantes trabalharem autonomia e o projeto desenvolvido fica sendo autoral, levando apenas os nomes deles e não dos professores. “Assim eles conseguem trabalhar bem o aspecto comunicacional pela perspectiva deles e pela perspectiva do problema que eles irão atender.”
Para Laís, eles conseguem ter uma noção mercadológica maior, pois passam por todo o processo desde o briefing até a entrega das peças, passando por várias aprovações e desafios.
“Com ele temos contato com todas as áreas, com empresas reais, além de que na rotina de uma agência, poucos realmente têm a oportunidade de trabalhar com o terceiro setor, além de participar de vários processos”, ressalta.
O estudante Eduardo conta que o Vira Galo mostra uma realidade que ele pensava conhecer. “A gente é totalmente imerso ao nosso cliente e entendemos que precisamos sim, sair da bolha em que vivemos. Afinal, publicidade não é só comércio.”
