Projeto diversifica rotina universitária ao permitir que pessoas toquem livremente um piano instalado em espaço comum da instituição
Isabela Vicentin e Yasmin Silva
12/09/2025, às 17h

Já pensou estar caminhando pelo campus e, de repente, encontrar uma pessoa tocando piano? Foi exatamente essa a experiência que começou a surpreender estudantes, professores e funcionários da Unoeste. A novidade faz parte do projeto “Acordes: Mostre o Seu Talento”, que busca incentivar a expressão artística, a socialização e o bem-estar por meio da música.
A iniciativa foi idealizada por Lucimara Sanches e colocada em prática com apoio do professor Josué Pantaleão e da equipe da Faculdade de Comunicação, Letras e Pedagogia (Faclepp). Para Josué, o projeto é mais do que uma ação cultural, “O intuito sempre é aumentar a nossa cultura na universidade. As boas ideias e as boas energias trazem crença, costumes e criatividade. E, juntos, fazem com que essa convivência social aconteça, passando a arte no meio de todos nós”, afirma o professor.
A ideia é muito similar a uma trend da internet chamada #pianochallenge, na qual pessoas tocam piano em lugares públicos, como cafeterias, shoppings, grandes centros e praças públicas, causando muita comoção.

Na Unoeste, a primeira a tocar no instrumento foi a aluna de Engenharia Civil, Júlia Rodrigues Borges, de 24 anos. O convite partiu do professor Josué Pantaleão, uma semana antes da estreia do projeto, e ela escolheu a música “Best Thing I Never Had”, de Beyoncé, para marcar o início da ação.
“A paixão pela música foi o que me motivou. Especialmente o teclado, que sempre foi um instrumento muito especial para mim”, conta Júlia. “Enquanto a gente toca, acaba ficando tão envolvida com a música que esquece do que está acontecendo em volta.”
Júlia também destaca como o momento proporcionou conexão entre os alunos. “No dia em que toquei, apareceu um rapaz que eu nunca tinha visto antes e acabamos tocando juntos, improvisando uma música a quatro mãos. Foi leve e divertido.”
Interação universitária
A proposta também encantou quem apenas assistiu às apresentações. A estudante de Psicologia Nicole Vaz, de 22 anos, relata que ficou surpresa ao ouvir o som do teclado pela primeira vez no meio do campus. “No começo estranhei, mas depois fui me encantando. Trouxe uma sensação de paz no meio da correria”, comenta.
“É uma forma leve de sair da rotina e tornar o ambiente universitário mais vivo e acolhedor”, afirma Nicole. Ela ainda defende que a ideia se torne tradição e seja expandida. “Seria interessante incluir outros instrumentos, como violão, cajon, até mesmo um microfone para quem quiser cantar. É uma forma de conectar pessoas que se conhecem ou não”.
A analista técnico educacional Lucimara Sanches, responsável por sugerir a ideia de levar o piano ao hall do principal bloco do campus 2, explica que o objetivo era tornar o espaço ainda mais aconchegante.
“Um dia, passando pelo B3, percebi como aquele ambiente é acolhedor. Pensei que, se tivesse um fundo musical, ficaria ainda mais agradável. Lembrei dos pianos do curso de Música e imaginei um deles disponível para quem quisesse tocar.”
Lucimara destaca que a proposta sempre foi aberta a todos. “Alunos, professores e funcionários, qualquer pessoa pode tocar. A música traz bem-estar, desenvolve habilidades e estimula nossas emoções. Para os estudantes, pode até ajudar na concentração para os estudos.”
O piano está localizado no hall de entrada do bloco B3, no campus 2. A iniciativa não tem uma data prevista de encerramento e ficará à disposição para quem se interessar nos seguintes horários: das 9h10 às 9h30, das 11h10 às 11h30, das 13h10 às 13h30, das 17h10 às 19h e das 20h40 às 20h50.