Alunas de jornalismo fazem pré-estreia de websérie sobre violência contra mulher

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26/11/2020 às 14:54
Izabelly Fernandes

Pré-estréia aconteceu no teatro César Cava e contou com a presença de amigos e familiares das autoras e participantes da websérie. (Foto: Cedida/ Ariane Balbino)

Nesta quarta-feira (25/11) foi comemorado do Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. E foi por isso que as alunas Ariane Balbino, Beatriz Monteiro, Bruna Bonfim, Helen Gallis, Isabela Souza e Milena Bispo escolheram o dia para realizar a pré-estreia da web série Elas que Lutam, que consiste em relatos de nove mulheres que foram vítimas de violência. A cerimônia foi realizada no Teatro César Cava e contou com a presença de amigos e familiares das estudantes e participantes do projeto, além de membros da imprensa local.

O produto é a peça prática do TCC que as meninas desenvolveram neste semestre final do curso de Jornalismo e conta com cinco episódios que estarão disponíveis no YouTube e abordam a violência física, psicológica, patrimonial, moral e sexual.  O professor Roberto Mancuzo, que foi o orientador do trabalho, diz que essa experiência contribuiu para que elas evoluíssem humana e tecnicamente. “Além de superar a realidade, elas precisaram ter calma para conduzir as entrevistas e editar todo material. Difícil que isso aconteça ainda na faculdade. Então foi um aprendizado muito grande para a formação delas como jornalistas”, pontua.

Início e durante o sonho

A Mariane Pracânica é ex-aluna da Facopp e já foi vítima de violência doméstica. Por isso, ela foi convidada pelas estudantes para contar a história dela na web série. No entanto, ela diz que falar sobre esse assunto sempre é desconfortável e que no dia da gravação, quase pensou em desistir. “Aí eu pensei melhor e vi que precisava contar a minha história para que outras mulheres que passam por isso possam ser encorajadas a tomarem uma decisão de dar um fim, da mesma forma que eu tomei. Quando a gente fala, a gente também se cura”, relata.

Depois de enfrentar esse desafio, Mariane conta que está foi a primeira vez em que ela mais se sentiu confortável e livre para contar tudo que precisava. “Foi muito legal, pois as meninas me deixaram muito à vontade para falar”. Para quem ouviu todos os relatos, também não foi um momento fácil. A aluna Helen Gallis conta que teve que melhorar o lado psicológico e ter muita maturidade para lidar com as histórias. “Aprendemos muito com elas a ter muito mais sensibilidade e cuidado. Por mais que existam mais de 500 mulheres que foram agredidas, nós olhamos para elas além desse número e não é só como mais uma. A dor dela nenhuma outra pessoa sentiu”, declara.

Além da transformação como profissional, as meninas também relatam uma transformação pessoal. “Acredito que nosso olhar e perspectivas sobre as situações tenha mudado. Quando a gente conhece mulheres assim, elas nos inspiram e mostram que nossos problemas não são tão grandes quanto achamos que são”, explica Helen.

O trabalho também trouxe mudanças na visão masculina acerca da violência contra a mulher. Como orientador, o professor Mancuzo viu de perto cada relato, dado e detalhe sobre o assunto, por isso ele revela sua mudança como homem e como jornalista diante de todas as informações abordadas. “Nós não temos a menor noção do que uma mulher passa. A violência não acontece apenas na versão física, que é a mais aparente e gera mais repercussão, mas é no dia-a-dia, nos pequenos preconceitos, nos diversos assédios e explorações que a mulher enfrenta uma dura batalha”, comenta.

Deu tudo certo

E o resultado de tudo isso chegou e rendeu muitos elogios antes mesmo da estreia. A aluna Ariane Balbino conta que se sentiu muito grata por estar em contato direto com a luta das mulheres apresentadas na websérie, já que as autoras também adquiram uma responsabilidade social em cima de cada história.

“Estar ali com as vítimas, ouvir os relatos, conhecer as histórias e, o principal, lutar junto com elas por essa causa não tem preço! Infelizmente, é sim muito triste e comovente, mas desde que dissemos sim para esta luta, que é linda, carregamos a certeza de que podemos transformar a vida de outras mulheres com esse trabalho e é isso que nos incentiva cada dia mais”, acrescenta.

Para ela, o resultado supriu todas as expectativas, especialmente depois que ouviu relatos de pessoas que mudaram o pensamento sobre o tema depois de assistir os episódios na pré-estreia . “Isso é gratificante, não tem preço! Esse é o real sentido do jornalismo, transformar vida e defender os oprimidos. Acho que estamos conseguindo ou pelo menos já demos um passo para começar”, afirma.

Para a Mariane, que pode compartilhar o que viveu, a maneira como as meninas abordaram o tema na narrativa foi muito especial. “Para mim, o resultado foi incrível, pois elas trataram de um assunto tão pesado de uma forma bem delicada, mas ao mesmo tempo impactante”, considera. Já para o orientador, o melhor resultado é as consequências que esse trabalho poderá causar em longo prazo. “Temos um discurso muito forte agora e ele deve ser usado para combater a violência contra a mulher”, completa.

Confira o teaser da websérie! E vale lembra que hoje às 18h no canal do YouTube Elas que Lutam, estreia o primeiro episódio da websérie. Você não pode perder!

Confira também algumas fotos da pré-estreia!

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