03/09/2020 às 15:30
Daniel Alvarez
Com o objetivo de abordar de forma humanizada a violência contra a mulher, as alunas Ariane Balbino, Beatriz Monteiro, Bruna Bonfim, Helen Gallis, Isabela Souza e Milena Bispo, do 8º termo de Jornalismo, desenvolvem o “Elas que lutam: websérie documental sobre violência contra mulher em Presidente Prudente (SP)” como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Sob orientação do professor Roberto Mancuzo, as graduandas iniciaram a produção dos episódios.
Antes de começarem a etapa prática, as discentes passaram pela fase de pré-projeto e embasamento teórico, na qual pesquisaram mais afundo sobre o objeto de estudo e o formato do qual escolheram. “Por se tratar de algo contemporâneo, não existem muitos especialistas e obras direcionadas sobre webséries. Portanto, assistimos diversos materiais audiovisuais nesse formato disponíveis na internet e analisamos para aplicar na produção”, explica Bruna.
Com cinco episódios no total, o Elas que lutam vai contar com depoimentos de dez mulheres que já enfrentaram algum tipo de violência, seja física, psicológica, patrimonial, moral ou sexual. Além delas, Beatriz diz que o produto audiovisual também contará com a participação de profissionais especialistas no assunto, como advogadas e psicólogas.
Por abordarem um assunto delicado como objeto de estudo, as integrantes do grupo tentam a todo momento deixar as vítimas confortáveis durante as entrevistas. “Fazemos o possível para que elas se sintam bem com uma abordagem mais humanizada, na qual elas podem ficar à vontade sem nenhuma pressão. Estamos tomando cuidado com cada situação”, conta Isabela.
Os episódios da websérie vão ser disponibilizados em um canal próprio no Youtube após a apresentação e avaliação da banca de defesa, que acontecerá somente em dezembro. Enquanto isso, quem se interessou pelo trabalho pode acompanhar os bastidores do produto audiovisual pelo instagram.
APRENDIZADO MÚTUO
Apesar de serem mostrados constantemente casos sobre a violência contra a mulher pela grande mídia, Helen conta que o grupo enxergou a necessidade de tratar o tema com mais profundidade e de forma mais humanizada. Foi a partir daí que as estudantes, com o auxílio do orientador, iniciaram as pesquisas e constataram que ainda havia muito do assunto para ser discutido.
“Uma coisa que eu percebi é que as pessoas não sabem de fato o que é violência contra a mulher, elas acham que existe apenas a física, quando na verdade existem mais de nove tipos catalogadas. Então ser orientador do TCC tem sido um aprendizado muito grande”, conta Mancuzo.
Sobre as contribuições do trabalho para a sociedade, o professor afirma que a principal gira em torno da conscientização de mulheres e homens sobre esse tipo de violência, seja para prevenção, detecção ou denúncia de casos. Ariane segue o mesmo pensamento do orientador e reforça que a violência contra as mulheres acontece diariamente, independentemente da tipologia.
“Dar voz para essas mulheres é o que irá salvá-las da situação em que estão, além de incentivar outras a denunciar. É uma realidade muito triste, mas desde que dissemos sim para esta luta, que é linda, carregamos a certeza de que podemos transformar a vida de outras mulheres com esse trabalho, dando força, conhecimento e levando a elas a certeza de que não está tudo perdido, elas podem recomeçar”, finaliza a graduanda.
REFERÊNCIA DA WEB
Com futura disponibilização na internet, o nome dado à websérie “Elas que lutam” veio justamente de uma expressão popular na plataforma online. “Alteramos a expressão gramaticalmente para que o significado dela mudasse também. Nosso intuito era de que o nome destacasse a luta diária das mulheres para manterem seus direitos ou simplesmente para manterem-se vivas”, explica Beatriz.