Alunos de Jornalismo produzem videodocumentário de forma remota

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04/06/2020 às 12:00
Bianca Alves e Juan Gonçalves

Alunos do 7º termo estão produzindo os videodocumentários (Foto: Cedida)

Com a quarentena, algumas atividades que faziam parte do dia a dia, como ir à academia e ao local de trabalho, precisaram ser alteradas. Nas universidades não tem sido diferente, com a pandemia do novo coronavírus, os alunos do 7º termo de Jornalismo, que teriam que montar um videodocumentário, agora tiveram que colocar um novo projeto em ação, utilizando serviços de conversas online, como o Google Meet, para que as entrevistas sejam coletadas.

A professora Thaisa Bacco, responsável pela disciplina, conta que os próprios alunos se articularam na divisão dos grupos de trabalho, na definição do tema e também durante todo o processo de produção, organização das funções e responsabilidade de cada um na execução do documentário. A mediação e o acompanhamento de todas as etapas do processo de produção audiovisual vêm sendo de forma remota, sistematicamente semanal, durante a aula prevista da disciplina. O acompanhamento também é feito por meio das redes sociais, conforme a demanda dos alunos, para o atendimento de dúvidas.

“A experiência está sendo muito válida, principalmente pela apropriação das ferramentas de videochamada online. Antes da realização do documentário propriamente dito da parte de gravações, foi feita uma extensa pesquisa de ferramentas e aplicativos, para a gravação de entrevista online. Eles fizeram várias experiências, a turma, os grupos de trabalho. Então isso foi bastante sobre o ponto de vista, do uso da tecnologia, a favor da coleta de informação por meio da entrevista televisiva”, relata Thaisa.

Adaptações e reinvenções

A aluna Beatriz Monteiro, 21 anos, é a diretora de fotografia em um dos projetos que  vai tratar de como a internet passou de vilã na vida das famílias para uma forma de se encontrar e de ‘matar’ a saudade em tempos de Covid-19. A estudante acredita que a internet ainda distancia quem está perto, porém, mais do que nunca, tem aproximado quem está longe. “E quando falamos longe, imaginamos alguém que está em outro país, por exemplo, mas não. Neste momento, a internet tem aproximado pessoas que moram até na mesma cidade. Por não poderem se ver, as pessoas automaticamente buscaram a internet como alternativa. E assim elas matam um pouquinho da saudade que sentem um dos outros. É a opção que temos no momento e que faz toda diferença para que a vida continue acontecendo por meio de aulas on-line, compras, dentre outras inúmeras possibilidades que a internet proporciona. Mas, sinceramente, nunca será a mesma coisa de estar perto e poder abraçar um familiar, um amigo”, afirma Beatriz.

Ela também explica que essa mudança na forma de produzir o documentário foi algo muito novo para todos. “Tivemos que aprender a produzir um produto audiovisual apenas com entrevistas gravadas por videochamadas. Em primeira vista, todos ficaram receosos se iria dar certo a produção desta forma, mas é o que é possível neste momento de pandemia e era a única opção, pois não queríamos deixar a prática de lado dentro da disciplina. Então, para mim, agora, esta mudança foi a única forma que achamos de ainda produzirmos o documentário e que de certa forma deu certo sim”.

Mudanças e desafios

Já a aluna Camila Araujo, 20 anos, diretora geral e roteirista de outro grupo, que irá montar um documentário sobre a produção de cerveja artesanal em Presidente Prudente, acredita que toda essa mudança está sendo algo desafiador. “Acho que eu nunca fiz algo tão diferente na minha vida, pois é totalmente novo. Eu me sinto como uma pessoa que está andando no escuro e lá no fundo tem uma luz, uma esperança, que dê tudo certo, que a gente consiga aderir às novas tecnologias e consiga se inspirar nas reportagens do Fantástico, que eles vêm fazendo, onde o jornalismo está se adaptando.”

Ela ainda conta que a maior adaptação foi na parte de produção e pós-produção, já que parte da dos alunos não tiveram acesso a todos os equipamentos, por ser muito difícil a locomoção. “Também tem a questão de que tivemos que pensar em imagens que vão se encaixar no meio do filme, sabe? Projetar imagens que façam o filme ter sentido e dar um contexto para ele. E já que não vamos ter proximidade da entrevista com a fonte, então pensamos em maneiras do documentário tocar as pessoas, mesmo ele parecendo estar tão distante. Acho que esse está sendo o desafio”, completa a futura jornalista.

Por fim, a professora Thaisa Bacco comenta que a proposta de seguir com a disciplina de documentário de forma remota se fundamenta justamente na questão de mudanças práticas no jornalismo que vem acontecendo nos últimos anos. Mostrar que a tecnologia pode ser utilizada a favor da prática do bom jornalismo, para isso entra aspectos éticos relacionados à estética e apuração. “Está sendo uma experiência bem importante neste sentido, vivenciando mesmo na prática todas essas questões, para que isso seja bem contemplado no mercado de trabalho, assim que eles se formarem”.

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