Apesar de ser uma ‘onda’ entre jovens, o narguilé é nocivo à saúde

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01/06/21 às 18h22
Elisa Lucas e Graziela Ramos, especial para Escola de Comunicação

Estudos dizem que durante uma sessão típica de uso de narguilé, o usuário traga grandes doses de substâncias tóxicas (Foto: Cedida/Gabriel Takada)

De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, no Brasil, 212 mil pessoas tinham o hábito de fumar narguilé. Hoje em dia, esse número pode ser até maior, uma vez que o fumo virou febre entre os jovens, devido principalmente à aceitabilidade social e o fácil acesso às essências, já que não são proibidas.

O narguilé ou cachimbo de água foi inventado na Índia durante o reinado do imperador Akbar (1556-1605) por um médico chamado Hakim Abul Fath, que sugeriu que, se o fumo do tabaco passasse por um pequeno recipiente com água antes de ser inalado, teria menos efeitos nocivos à saúde humana.

Contudo, estudos recentes afirmam o contrário. Segundo um artigo divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), em 2017, mostram que durante uma sessão típica de uso de narguilé, o usuário traga grandes doses de substâncias tóxicas, variando desde o equivalente a menos de um cigarro até dezenas.

Os malefícios do narguilé são inúmeros, assim como explica a clínica geral Raquel Santin Bonfim, que atua no Centro Municipal de Atendimento à Covid-19 (CEMAC), em Dracena. “Durante o uso do narguilé ocorre a queima do carvão além da combustão incompleta do tabaco, liberando concentrações mais elevadas de produtos tóxicos do que o cigarro. Estas substâncias são inaladas pelos seus usuários e pelos que estão no mesmo ambiente”, explica a médica.

Raquel afirma que, dentre os produtos identificados, foram quantificadas 82 substâncias tóxicas, 23 delas cancerígenas, outras responsáveis por doenças cardiorrespiratórias e câncer, além da nicotina, que causa dependência.

Gabriel Takada, formado em Jornalismo pela Unoeste no ano passado, conta que há praticamente sete anos faz o uso do narguilé e que começou por influência de amigos. “Comecei a fumar vendo meus amigos, antes eu achava estranho, mas depois acabei pegando o gosto, pois as essências possuem diversos sabores e fragrâncias que deixam as ’sessões’ mais prazerosas”, afirma.

Entretanto ele expõe que já se sentiu mal pelo consumo: “Já me senti mal muitas vezes sim, principalmente em momentos em que a respiração entra em jogo, pois, com o uso do narguilé, os pulmões se comprometem e a falta de ar é maior, pois é fumaça que estamos ingerindo.”

Gabriel Takada é fumante de narguilé há quase sete anos (Foto: Cedida/Gabriel Takada)

PANDEMIA

Raquel Bonfim aponta também sobre os riscos do narguilé, principalmente nesse momento de pandemia 

“O tabaco, presente tanto no narguilé, quanto no cigarro, causa algumas complicações importantes já que dificulta a limpeza ciliar do pulmão, facilitando a manutenção da secreção pulmonar e aumenta a quantidade de muco com dificuldade a ser expelida, deixando o ambiente mais propício para infecções de microrganismos, entre eles o coronavírus; além de bactérias, que podem causar infecção secundária pulmonar, complicando e agravando o quadro inicial.”

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