15/05/2020 às 09:30
Bárbara Munhoz e Giovanna Guessada

Quantas profissões podem surgir a partir de uma brincadeira? Bombeiro, médico, professor, jornalista. Durante a infância, você certamente já foi um desses profissionais. O que surge, com o tempo, é a identificação com outras áreas, o traçar de novos rumos, deixando a ludicidade da infância no passado. Mas e quando uma brincadeira dessas te acompanha até a vida adulta?
Foi o que aconteceu com Carla Moreno, jornalista, atual editora-chefe e apresentadora do Fronteira Notícias 1ª Edição (FN1) da TV Fronteira, afiliada da Rede Globo em Presidente Prudente. Ela conta que dos 9 aos 16 anos apresentou e acompanhou as edições do informativo televisivo da escola em que estudava. Coincidência ou não, a edição era veiculada na própria TV Fronteira, nos intervalos do telejornal que chefia hoje.
O resultado é que a jovem, àquela altura, se via cada vez mais envolvida na produção, gravação e edição do televisivo, despertando também a consciência sobre a importância da profissão na sociedade. “Quando cheguei ao ensino médio, na hora de escolher um curso universitário, não tive dúvidas: havia me apaixonado por essa ‘brincadeira’. Ao entrar na faculdade fiquei ainda mais fascinada pela profissão! ”, relembra.
Na Facopp, dentre tantas experiências marcantes, a gravação do telejornal “Delas” foi um divisor de águas. Atraída desde sempre pelas aulas de telejornalismo, foi a responsável pela previsão do tempo, além da produção e cinegrafia em uma das reportagens.

Início da carreira
Durante a graduação, Carla fez clipping para assessorias de imprensa, estágio na sucursal da Record e na TV Fronteira e, para vencer a timidez, teatro na Cia da Unoeste, onde conquistou segurança.
Com a formatura, em 2009, ingressou no mercado de trabalho assessorando a Comunicação na Unoeste. Em seguida, na Uno TV, emissora parceira da universidade e do Canal Futura, foi apresentadora, produtora, editora e repórter por quase dois anos.
“Sempre tentei me dedicar ao máximo em cada etapa dos estudos e da profissão. Mas sempre tentando estar um passo à frente no sentido de estar me preparando para uma oportunidade de crescimento que pudesse aparecer. Porque a oportunidade aparece, acredite! E você tem que estar pronto pra atender as expectativas”, revela Moreno.
No ar!
Em 2011, Carla retornou para a Fronteira fazendo a previsão do tempo, produção e reportagem — segundo ela, sua grande paixão. Três anos mais tarde tornou-se oficialmente editora-chefe e apresentadora do SP1, atual FN1. “Foi e é uma trajetória cheia de desafios e muito motivadora”, observa.

“Todos os dias, o coração dispara, por volta das 11h, pouco antes das 12h, de verdade, ‘falta o ar’ diante da correria para entregar ao telespectador os últimos acontecimentos de destaque da região com apuração correta, de forma clara, objetiva e interessante”, conta a jornalista que, sobretudo agora, em meio às incertezas diante da pandemia e de tantas fake news, admira o comprometimento da equipe para entregar um material de credibilidade.
De acordo com Carla, todos os dias do exercício da profissão são marcantes, mas nada se compara ao momento vivido agora: telejornais com quase 1 hora e meia de duração na cobertura do novo coronavírus. “Estamos reaprendendo todos os dias a fazer o jornalismo de TV, nos reinventando diante das limitações da quarentena e dos riscos de contágio da Covid-19”, completa.
Para os futuros colegas de profissão, ela dá o recado: “Tenha consciência da sua responsabilidade diante da sociedade, não subestime os telespectadores, tenha comprometimento e busque se desafiar a cada dia. Sentir o coração disparar todos os dias de alegria, tensão, nervoso e, em alguns dias também de frustração, faz parte e é saudável! Seja feliz!”.