Cristiano Mascaro fala de sua trajetória e influência na fotografia

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08/05/2018 às 22:04 – Atualizado em: 09/05/2018 às 19:12 
João Lucas Martins, Maria Eduarda Kato e Tainá Firmo

Julio Terrengui

Fotógrafo há mais de 50 anos, Mascaro une fotojornalismo à arquitetura no seu trabalho

O segundo dia da 23ª Semana de Comunicação foi conduzido pelo fotógrafo Cristino Mascaro. A conversa focou em sua íntima história com a fotografia, em especial relacionado às cidades.
 
Depois de 45 minutos de fala, o palestrante  foi surpreendido com quantidade de mão que se levantaram para o fazerem perguntas. O bate-papo durou mais de uma hora.
 
Mascaro abriu a palestra com um poema do filósofo Jean-Jacques Rousseau para trazer, antes da sua história, uma reflexão. A estudante do 5º termo de Jornalismo Thais Vizari fala que isso a inspirou. “Ele fez uma ordem cronológica, apontando sua trajetória desde o início até o presente. Mostrou não só o lado profissional como também o lado humano dele, sempre apontando as dificuldades passadas na profissão”, afirma. 

Ao falar de suas fotos, ele mostrou suas primeiras imagens feitas com uma câmera emprestada do seu professor, no curso de Arquitetura cursado na FAU-USP. Ele teve como influência Henri Cartier-Bresson, Robert Frank e Irving Penn, entre outros.
 
Em sua carreira, ele registrou acontecimentos como regimes totalitários ao redor da América Latina, em sua época de fotojornalista, e também cidades do mundo inteiro, como fotográfo documental. 

Matheus Honório, aluno do 6º termo de Jornalismo, disse que o fotojornalismo e a fotografia documental foram áreas da fotografia que foram bem explicadas dentro da palestra. “Mascaro deixou claro que os valores da informação não são perdidos, mesmo que a foto seja artística, ela pode sim trazer um bom conteúdo”, pondera.

Atuação 
 
Sobre sua principal fonte de inspiração, a capital São Paulo, o fotógrafo conta que no Brás, que é um bairro industrial, ele realmente enfrentou a cidade. “Você deve estar predisposto ao inesperado. Entrei em casas e registrei instantes únicos desse lugar. Neste momento, passei a fotografar retratos, pois também faziam parte do cotidiano”.
 
Mascaro, em relação aos seus trabalhos mais recentes, falou de suas viagens ao redor do mundo e de fotos que registrou em países como Cuba, Vietnã, França e Portugal. E disse que gostaria de voltar para ver a mudança em relação às épocas.
  
Opiniões 
 
O docente do curso de Fotografia, Paulo Miguel, ressalta a importância de receber profissinais renomados na Facopp. “Cada fotógrafo um tem sua abordagem, o seu jeito de trabalhar. Quanto mais se conhece, mais possibilidades de fotografia são descobertas”, enfatiza.
 
Murilo Hernandes, por ter sido o primeiro a levantar a mão para perguntar, foi contemplado o livro Cidades reveladas,de autoria de Mascaro. “Ele já entrou no top 10 dos meus melhores fotógrafos, principalmente por suas influências”. Murilo, além de ser estudante de Fotografia é historiador e o que mais o aproximou do palestantre foi a fotografia documental, justamente pelo fato de registrar acontecimentos. “Eu gosto dessa parte da preservação de memórias e de mostrar o entorno da nossa vida, a arquitetura, as roupas os cenários e as tendências de cada época.”

O que chamou atenção dos discentes foi que Mascaro conseguiu aliar diversas áreas dentro da fotografia. Rebeca Azedo, aluna de Publicidade, fala que o palestrante conseguiu mostrar que o seu curso também pode estar nas fotos. “As pessoas de fora tem uma visão de que fotografia de publicidade está ligada somente ao estúdio e não é bem assim, ela abrange tudo, como fotografia urbana, o que ele fotografa por paixão”, conta. 

“Achei superinteressante o fato de ele ter misturado duas profissões: arquitetura e fotografia, principalmente a parte em que ele cita a simetria, iluminação e outros fatores que se relacionam as duas áreas”, comenta Matheus Honório.

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