21/11/2019 às 13:08
Daniel Alvarez
Fruto da disciplina de Educação e Comunicação, ministrada pela professora Thaisa Sallum Bacco, no 8º termo de Jornalismo, o IV Colóquio de Comunicação e Educação da Facopp foi realizado na manhã dessa terça-feira (19/11). O evento reuniu 11 projetos desenvolvidos pelos estudantes da turma da manhã durante o semestre, e teve como ponto forte a diversidade entre os trabalhos, tanto no público abordado, quanto na escolha da plataforma utilizada para se trabalhar.
Sobre a importância do Colóquio, Thaisa explica que ele serve como uma forma de os alunos comunicarem os resultados dos projetos realizados por eles ao longo do semestre. “Muitas ideias de trabalhos surgem a partir do que é visto aqui, então é muito importante esse momento de tornar público a experiência de intervenção que é muito significativa na vida dos nossos alunos.”
Durante o evento, a discente Luana Mariano pôde apresentar seu projeto “Oficina de vídeos para Instagram a partir da educomunicação”. Ela conta que antes de passar pela disciplina não tinha a visão crítica que tem agora. A graduanda explica a necessidade de primeiro compreender a educação, para depois poder colocar em prática, não só no desenvolvimento do trabalho, mas também futuramente como uma profissional da comunicação.
AS APRESENTAÇÕES
Antes das apresentações se iniciarem, Thaisa cumprimentou e introduziu o evento aos presentes e, com ajuda dos estudantes, distribuiu fichas de votação para o público. Cada pessoa poderia escolher três projetos dentre os apresentados para votar, ao final do evento os três mais votados receberam uma premiação.
Para abrir o evento, o estudante Adriano Batista expôs seu projeto Blog educomunicativo como ferramenta para a aprendizagem colaborativa e revisão do conteúdo ensinado em aula. O trabalho foi feito em parceria com alunos do 8º ano do Colégio Multiplus e consiste em um blog que teve como objetivo ampliar o aprendizado dos alunos e incentivar o estudo colaborativo por meio de posts online.
Durante os quatro encontros que teve com os alunos, Adriano conta que passou para eles conceitos jornalísticos e os ensinou a linguagem que é utilizada em blogs, assim como publicar os posts. Apesar de muito elogiado pela professora de Língua Portuguesa que topou a parceria, ele conta que surgiram algumas dificuldades no processo. “Houve alguns problemas com o tempo que tive para realizar o trabalho e era muito difícil ter contato com a Diretora do colégio para resolvê-los”.
Na sequência foi a vez de Regina Custódio, que apresentou o projeto Jornal CCA: Produto radiojornalístico desenvolvido com a intervenção da educomunicação por estudantes da Casa da Criança e Adolescente de Pirapozinho (SP). A proposta da graduanda com o trabalho foi desenvolver a criatividade e reduzir a timidez das crianças da CCA.
Para a realização do projeto, Regina definiu três etapas: aula teórica, elaboração do script e aula prática no Laboratório de Rádio Facopp. Sobre a participação dos pequenos ela diz que no começo houve muita timidez, mas que ao longo do projeto soltaram a voz e a criatividade. “Os alunos tiveram total liberdade para escolher as editorias e decidiram por Esporte, Cultura, Alimentação/ Saúde e Cotidiano”.
E nesse semestre os estudantes foram literalmente longe para realizar o trabalho. O projeto Educomunicação como ferramenta de aperfeiçoamento para página do Facebook da Pastoral da Comunicação feito Evandro Marques, foi aplicado na cidade do Rio de Janeiro.
O graduando conta que já havia uma viagem programada para o Rio, então decidiu unir o útil ao agradável e realizar o trabalho por lá. Para isso, ele reuniu sete jovens voluntários da Paróquia Santo Antônio de Água Santa em dois encontros teóricos e dois práticos, para ensiná-los o que pode ser desenvolvido no Facebook, assim como os pontos positivos e negativos da rede social.
Apesar de já ter voltado para Prudente, Evandro diz que ainda mantém contato com os jovens da paróquia e segue dando dicas e feedbacks sobre as postagens na página do Facebook.
Heitor Pedroso optou por trabalhar com universitários em seu projeto Oficina de análise crítica da mídia para alunos de graduação da Faclepp. A intencionalidade dele foi trazer aos graduandos uma visão crítica a respeito do que é veiculado nas mídias.
Sobre a escolha dos cursos da Faclepp (Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente), ele explica que optou por serem em grande parte cursos de licenciatura, que formam professores. Mesmo com pouca adesão, Heitor não desistiu e mudou o formato de apresentação, de exposição para discussão.
Na sequência foram apresentados dois projetos realizados com alunos da escola Monteiro Lobato, em Sandovalina. Para acompanhar os trabalhos, vieram até a Facopp a diretora, duas professoras e os jovens que participaram.
O primeiro deles denominado Educomunicação: conscientização do meio ambiente no contexto contemporâneo a partir de mostra fotográfica, por Lucas Cardoso, trabalhou a fotografia como forma de educar ambientalmente os alunos.
O segundo, por Yuri Aquino, foi o projeto Educomunicaçao: produção de documentário em vídeo sobre Matemática. Com o trabalho, o graduando quis mostrar para os jovens a importância da matemática em suas vidas, por meio de relatos dos próprios estudantes da escola.
Ao final de ambas apresentações, emocionada, a diretora Cleusa Alves dos Santos contou um pouco de sua história. Vinda de uma família de 11 irmãos, ela caminhava 8km diariamente para conseguir concluir os estudos. Como forma de inspirar os presentes, ela finalizou com a frase “Todos nós temos um sonho, basta ter fé que alcançaremos”.
Jovens em inserção no mercado de trabalho foram o público do projeto A importância da saúde mental: uso do canal “Fred Elboni” como ferramenta de educomunicação na fomentação do pensamento crítico jovens aprendizes, de Julhia Marqueti.
Com seu trabalho, a graduanda quis discutir e dar visibilidade para temas que muitas vezes são ignorados ou até mesmo desconhecidos por adolescentes. Em quatro encontros com os jovens aprendizes do CIEE, ela apresentou os assuntos depressão, ansiedade e amor próprio, por meio de vídeos do canal Fred Elboni. Como resultado do projeto, Julhia relata que alguns dos participantes procuraram auxílio com as instrutoras do CIEE.
E se você pensa que a Educação e a Comunicação só se unem para auxiliar os mais novos, se engana. Juliane Rígolo provou que os idosos conseguem se adaptar as novas tecnologias com seu projeto Facebook: inserção da terceira idade nas redes sociais por meio da educomunicação.
Realizado no Centro de Referência do Idoso, o trabalho uniu cerca de 14 pessoas da melhor idade para os ensinar a mexer nas redes sociais. Em oficinas, a graduanda explicou as ferramentas de compartilhar, curtir, comentar, publicar fotos de perfil e capa, ícones principais, criação de contas. Juliane conta que chegou a produzir uma apostila para facilitar a vida dos idosos.
Como forma de retorno ela conta que, via grupo do whatsapp, os participantes continuam entrando em contato com ela para pedir ajuda ou até mesmo relatar que conseguiu realizar determinada tarefa nas redes sociais.
O público de adultos já inseridos no mercado de trabalho também foi abordado. A Oficina de vídeos para Instagram a partir da educomunicação, realizada por Luana Mariano, reuniu cinco profissionais de diferentes áreas e os ensinou a produzir vídeos para a plataforma IGTV, de acordo com os interesses de cada um.
Luana relata que a realização do projeto ocorreu em cinco encontros, sendo o primeiro para explicar as etapas de pré-produção, produção e pós-produção. O segundo para a criação da persona de cada profissional. O terceiro para explicar os enquadramentos, ângulos e iluminação, assim como a ferramenta IGTV. E, por fim, os dois últimos foram encontros individuais, para realização da edição e direcionamento de acordo com a temática dos vídeos de cada um.
De psicólogos a educadores físicos, mesmo com as grandes diferenças entre as áreas, a graduanda conta que foi muito gostoso trabalhar com todos. “Por serem áreas distintas, eles mesmos conversavam entre si e davam ideias uns para os outros, a interdisciplinaridade entre eles foi muito boa”.
Na sequência foi a vez do projeto Produção de podcast educomunicativo como meio de incentivar o hábito da leitura, por Lucas Diamante. O graduando trabalhou com 34 estudantes do 8º ano do Colégio Multiplus e contou com o auxílio do professor de História da escola.
Durante os encontros com os alunos, Lucas desenvolveu pesquisas e produção das pautas; gravação dos programas; edição e produção de logos; apresentação do podcast finalizado; pesquisa de satisfação. Como resultado foram produzidos seis episódios do podcast Rolê Histórico, com o tema ideologias políticas.
Os animais também foram envolvidos em um dos projetos. Isso porque a estudante Thais Vizari desenvolveu o trabalho Pegadas sobre lentes: a produção de fotografias por meio da educomunicação na SOS Animais de Pirapozinho (SP).
Durante quatro encontros a discente, junto aos voluntários da ONG SOS Pirapozinho, desenvolveu atividades fotográficas no canil para divulgação dos cãezinhos, para assim facilitar a adoção deles. Como resultado do trabalho, as fotos foram publicadas no Facebook e no Instagram, além da produção de um cartaz com as fotos dos animais.
OS MAIS VOTADOS
Ao final das apresentações foi a hora de conhecer os mais votados, que como prêmio simbólico receberam o livro Formação de Professores Para o Uso da Mídia na Escola, de autoria da professora Thaisa, e um cone de castanhas glaceadas da NuttyBavarian.
Como muitos já esperavam, tendo em vista a grande torcida presente, o primeiro e segundo lugar foram ocupados por Lucas Cardoso e Yuri Aquino, com os projetos “Educomunicação: conscientização do meio ambiente no contexto contemporâneo a partir de mostra fotográfica” e “Educomunicaçao: produção de documentário em vídeo sobre Matemática”.
Já a terceira colocação ficou para a graduanda Thais Vizari, com o trabalho “Pegadas sobre lentes: a produção de fotografias por meio da educomunicação na SOS Animais de Pirapozinho (SP)”.
Surpreso por ter sido o segundo mais votado, Yuri relata: “Bom de qualquer forma, independente da colocação, é uma sensação de trabalho cumprido. Ficar entre os três primeiros mais votados foi uma coisa que eu não esperava, mas acho que todo o meu esforço foi recompensado”.
