Documentários autorais são exibidos na Facopp

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email

02/06/2017 às 16:00 – Atualizado em: 06/06/2017 às 08:57 
Anne Abe Bruna Leite e Sandra Prata

Larissa Oliveira

Imagem Notícia
Os filmes exibidos são fruto da disciplina de Documentário ministrada pela docente Thaisa Bacco

Na noite da última segunda-feira (29/05), os estudantes do 7º termo de Jornalismo do período noturno apresentaram quatro documentários para alunos, professores e convidados, no Auditório Carvalho. As produções dos vídeos foram feitas na disciplina de Documentário, que é ministrada pela professora Thaísa Bacco.
 
De acordo com Thaísa, foi nos meses de abril e março que os acadêmicos desenvolveram toda a parte prática das produções. “Foram realizadas três etapas de produção. Na pré-produção, foi feitas pesquisa, busca por fontes e pré-entrevistas. Logo após veio a fase de produção, momento em que os alunos foram a campo, realizaram as gravações necessárias para compor material. E a última etapa foi a pós-produção, que é a parte de edição, que inclui a finalização do roteiro e fechamento do filme”, explica.
 
Apresentações
 
Na abertura do evento, a rotina de trabalho e as histórias dos produtores que atuam na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) foram expostos no filme “24h” produzido pelos alunos Aline Toledo, Amanda Brito, Ednéia Pedroso, Evans Fitz, Lucas Fernandes, Michele Santos, Renato Campanari, Thaís Luz e Thalita Cortez.
 
Segundo o aluno Evans Fitz, o grupo buscou mostrar a grandiosidade da Ceagesp e principalmente como a rotina de trabalho é pesada, tendo em vista que mais de 1200 pessoas passam pelo local diariamente, movimentando de 130 a 150 milhões de reais. Evans conta ainda que assumiu a função de roteirista no filme por curiosidade, mas que a experiência acabou sendo inusitada. “A parte mais legal é ver tudo o que você previu para o filme se materializando. Na introdução, usamos uma imagem feita com um drone e foi exatamente como eu tinha imaginado quando escrevi o roteiro”, declara.
 
Na sequência, foi apresentado o filme “Transinvisíveis”, que abordou as dificuldades enfrentadas pelos transgêneros de Presidente Prudente e região no processo de reconhecimento social de sua identidade de gênero. O videodocumentário conta com a participação dos alunos Amanda Monteiro, Ana Caroline Nezi, André Esteves, Daniel Lucena, Itamar Batista e Tainá Cassiana.
 
De acordo com o grupo, apesar do tema delicado, o objetivo do trabalho foi apresentar um assunto pouco explorado pela mídia e, assim, dar um espaço para essas pessoas falarem sobre a realidade em que vivem. “Quisemos mostrar três histórias diferentes, então, apresentamos uma que é bem sucedida no seu processo de transição, já outra que enfrenta dificuldades para ter um tratamento adequado e um que foi aceito pela família que está em processo de transição, mesmo sem nenhum apoio da área de saúde. Nos surpreendemos com as histórias de vida deles”, declarou André Esteves, diretor geral e roteirista do filme.
 
O audiovisual “Ni hao Prudente” veio logo em seguida, apresentando um panorama social, econômico e cultural dos imigrantes chineses que vivem em Presidente Prudente. O grupo é composto pelos alunos Alexandre Carvalho, Anne Abe, Camilla Saldanha, César Franklin, Gabriel Lanza, Leandro Gimenes, Matheus Monteiro, Paulo Ribeiro e Stephanee Melo.
 
Na função de repórter, a aluna Camilla Saldanha pontua como obstáculos enfrentados pelo grupo no processo de produção do filme a dificuldades em encontrar personagens dispostos a gravar entrevistas, já que possuem uma cultura mais reservada e, principalmente, na diferença entre o idioma falado. “Foi um desafio realizar as entrevistas, porque precisávamos de alguém para traduzir do português para o mandarim, ou então fazer em inglês, que eu entendo pouco. Apesar de tudo, aprendemos muito com a matéria, com os erros e aprendemos a lidar com pessoas de pensamentos diferentes. No fim, foi muito gratificante ver o trabalho pronto”, afirma.
           
Para finalizar a noite de mostras, o grupo composto por Amanda Antunes, Giovana Farias, Karen Dantas, Karime Vilela, Leandro Nogueira, Nadia Ribeiro, Raquel Siqueira, Tháila Sisa e Thauana Pulido, apresentou o “Morada da Lua“, que conta a história do Coletivo Cultural Galpão da Lua, formado em 2010 a partir a união de seis grupos artísticos, que buscam levar a arte aos menos favorecidos e lutam pela distribuição de uma cultura menos elitista.
 
A produtora do filme, Karime Vilela, conta que trabalho buscou dar voz aos artistas e músicos que trabalham no Galpão da Lua, que recebeu este nome em homenagem a atriz Luana Barbosa, membro de um dos grupos, que foi morta em 2014. “Mostramos a rotina do coletivo de artistas do galpão e a dificuldade em sobreviver da arte. Eles nos receberam de braços abertos, nos ajudaram muito. A família da Luana colaborou muito, cederam imagens de arquivo. Nos apaixonamos pelas histórias”, finaliza.
 
Repercussão

A coordenadora Carolina Mancuzo assistiu a exibição dos documentários e avalia de forma positiva a entrada dessa disciplina na nova grade do curso de Jornalismo. “Para nós jornalistas, é muito bom ter esse contato com o gênero documental, porque é algo que busca histórias reais. É muito interessante os nossos alunos trabalharem com documentário, pois isso contribui para que o estudante tenha uma formação ainda mais completa”, afirma.
 
Maicon Santana, aluno do 5º termo, diz que para ele todas as produções tiveram importância, porém dois dos vídeos chamaram mais sua atenção. “O documentário Transivisíveis para mim promoveu muitas reflexões, pois vemos que além do preconceito, a situação dessas pessoas também se encaixa nos casos de saúde pública. Já o Morada da Lua, mostrou que quando se trabalha com arte e cultura, conseguimos formar pessoas”, analisa.
 
Para a docente Thaísa, foi de suma importância o contatos dos alunos com o documentário. Segundo a professora, os jornalistas possuem todas as ferramentas para realizar um trabalho desse gênero, uma vez que o acadêmico já domina as técnicas de pesquisa, produção, apuração, edição. etc. A sala do 7º termo correspondeu as expectativas da professora e ela destacou os pontos positivos das produções. “A diversidade de temas e os formatos abordados foram muito bons. Todas as etapas foram realizadas pelos alunos, então é totalmente autoral, notei que tiveram bastante autonomia, autoridade e responsabilidade com aquilo que estavam fazendo”, finaliza.

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email
Escola de Comunicação e Estratégias digitais | © 2021 Todos os direitos reservados.​