É possível ter sucesso na comunicação longe dos grandes holofotes?

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Alysson Fortaleza e João Pedro Bucchi, especial para Escola de Comunicação
13/04/2022 às 9h

Tiago é apresentador do Bom Dia Fronteira, ao lado de Talita Lopes (Foto: Cedida/Reprodução: Tiago Rodrigues)

Quando se pensa em ter sucesso trabalhando na área de comunicação, logo vem à mente os grandes centros: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba. Contudo o que poucos sabem é que dá para construir uma carreira de sucesso trabalhando longe dos holofotes, no interior. É o caso de Tiago Evandro Rodrigues, apresentador da TV Fronteira, filial da Rede Globo, e Priscilla Guidini, publicitária e professora de Publicidade e Propaganda pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE).

A primeira ligação de Tiago com o jornalismo veio logo cedo. Foi graças a sua família e a um pequeno aparelho de rádio que ele rapidamente se interessou pela profissão que exerce até hoje com uma enorme felicidade.

“Sempre tive essa vontade, desde criança quando eu ouvia rádio com meu pai. Inicialmente eu gostava apenas de rádio, e o sonho era esse veículo. As outras oportunidades foram surgindo e até hoje estou no meio, não no rádio, como almejava antes, mas na televisão. E estou muito feliz”, comenta.

Diferente de muitos, Tiago, ao se formar, não se animou com a possibilidade de alçar voo em direção às grandes cidades, permanecendo assim em Presidente Prudente. “As oportunidades, o que surgiu e todos os fatores de avaliação me fizeram tomar a decisão de permanecer onde estou até hoje”, explica.

Momentos especiais no jornalismo são algo que certamente não faltam nos quase 10 anos de carreira de Tiago, que é formado pela Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste, mas ele conta que o que mais o agrada é poder olhar para trás e ter a sensação de dever cumprido após um grande trabalho.

“São tantas histórias [que vivi], mas o que eu gosto mesmo é de algum tempo depois de alguma jornada longa sobre factual que ocorre, a gente relembrar e falar ‘aquele dia, lembra, como foi demais’. E a gente lembra o que cada um fez em uma determinada data de uma grande cobertura”, destaca Thiago.

Tiago, que no final do ano passado substituiu Murilo Zara na apresentação do Fronteira Notícias 1ª edição, não vê a comunicação regional devendo em nada para a das grandes capitais do Brasil, por mais desafiador que seja trazer o novo e descobrir o foco para determinados assuntos. “Vejo ela [a comunicação] se mantendo bem, pois o volume de factuais aqui é menor, e o tempo é o mesmo para todos. Logo, precisamos sempre nos atentar para regionalizar assuntos nacionais e internacionais, que ultimamente têm ficado quentes com conflitos, eleições no Brasil, economia e pandemia”, defende.

Priscilla Guidini

Priscilla dá aula na Unoeste há 5 anos (Foto: Alysson Fortaleza)

O sonho de Priscilla de ser comunicóloga surgiu quando ela possuía entre 9 e 10 anos e por um motivo curioso: a telenovela Vale Tudo, exibida na TV Globo, entre 16 de maio de 1988 e 06 de janeiro de 1989.

“Nessa novela mostrava os bastidores de uma revista tipo a Capricho. E tinha a produtora dessa revista. Eu fiquei encantada de ver aquilo e falei ‘gente, é isso que eu quero, eu nem sei o que é, mas eu quero trabalhar com isso’. E aí de lá até fazer faculdade eu nunca mudei de ideia, eu sempre sabia que era essa área que eu queria”, relembra Priscilla.

Priscilla até começou a fazer faculdade em São Paulo, mas logo no início precisou transferir seu curso para Rio Preto, onde morava desde os 12 anos. Ela nos conta que como rapidamente começou a ficar conhecida na região, jamais pensou em sair dali, até que precisou vir à Presidente Prudente, onde mora até os dias atuais, depois que se casou.

“Quando eu estava bem no comecinho da faculdade eu já comecei a fazer estágio, ingressar no mercado, ficar conhecida, então eu não pensava em sair porque eu fui me estabelecendo muito bem em Rio Preto. Depois de casada eu mudei para Prudente, e aí depois que a gente casa não pensa mais em se aventurar por grandes cidades. E aqui em Prudente comecei de novo, fui galgando, até que meu nome novamente se tornou referência. Eu acho isso bem mais fácil no interior do que em um grande centro”, afirma Priscila.

Priscilla, como uma boa publicitária, também passa por alguns perrengues com alguns de seus clientes. Para ela, essa é a maior dificuldade da profissão na região.

“Todo mundo acha que sabe fazer comunicação. É aquela coisa do sobrinho, né? ‘Ai meu sobrinho faz, meu sobrinho mexe na internet, ele vai cuidar da minha página no Instagram’. Então, a falta de profissionalismo muitas vezes. E outro [desafio], é que às vezes a gente tem que ensinar o mercado. As pessoas não sabem a diferença de, por exemplo, jornalismo e assessoria de imprensa, não sabem a diferença de marketing e publicidade, então colocam tudo no mesmo balaio e aí acabam não valorizando tanto o trabalho da gente’, comenta.

Por fim, Priscilla diz que, na sua opinião, a área de comunicação no interior não está tão atrasada aos grandes centros como já esteve há alguns anos. “Eu acho que hoje a gente pode ver em Prudente mesmo agências que atendem marcas nacionais, marcas de São Paulo. Grandes centros vêm buscar profissionais no interior por conta de um atendimento mais humanizado, com custos menores. Hoje eu vejo muito mais avanço, não é como no passado. No passado eu via essa distância muito grande”, finaliza.

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