Edson Rossi defende que revista é mais do que papel

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10/05/2017 às 22:30 – Atualizado em: 10/05/2017 às 22:46 
Alexandre Carvalho, Anne Abe e Beatriz Duarte

Lucas Araújo

Imagem Notícia
Para palestrante, a segmentação exclui pessoas porque precisa de profundidade e propriedade

Em um bate-papo descontraído, o jornalista e mestre em Jornalismo Digital, Edson Rossi, comandou uma das palestras na terceira noite (10/05) da 22º Semana de Comunicação, no Auditório Buriti. Com o tema “Segmentação do conteúdo: a revista com modelo de jornalismo de longo prazo”, Edson comentou sobre o começo da sua carreira, discorreu sobre informações do universo da mídia digital e o caminho correto para fazer uma boa revista.
 
O jornalista introduziu a palestra com um vídeo, produzido pela Vice News, que faz parte de um documentário que aborda a guerra promovida pelo Estado Islâmico. A empresa que iniciou em 1996, como uma revista de manifestação e polêmica, hoje influencia a existência de algumas revistas digitais, como a Dabiq e Inspire, divulgadoras de conteúdos do Estado Islâmico e Al-Quaeda, respectivamente.
 
Em seguida apresentou algumas capas de revistas, que fazem parte da lista das 40 melhores do mundo, sendo algumas delas a TimeNational GeographicGlamour College e The Nation, que se destacaram por produzirem um conteúdo segmentado. “A revista não precisa ser um conteúdo explícito, ela transmite informação por meio do repertório do leitor e do jornalista que a produz, já que os dois possuem linguagens compatíveis”.
 
Para Edson, a revista no papel é um veículo que já nasceu para ser segmentado, que ele define como sendo o recorte de um público, tema e espaço, em que o veículo fala para um alvo específico.  Segmentar o conteúdo exclui pessoas, pois é preciso falar com propriedade e profundidade sobre um assunto. “Eu fecho meu círculo e não converso com um público que não seja meu. Quando tenho um conteúdo segmentado, eu me torno um grande especialista em um assunto e, assim, pratico um jornalismo de qualidade”, afirma.
 
Edson ressaltou ainda que, para se produzir uma boa capa de revista, o profissional precisa entender um pouco de design e estética, além de possuir um bom repertório de referências. Assim, um bom conteúdo precisa provocar e instigar o leitor. “O mercado exige que o profissional de revista esteja bem preparado e muito interessado em aprender sobre vários temas diferentes”.
 
Outro ponto abordado na palestra foi a grande diferença entre a maneira de fazer o jornalismo na revista e no jornal, apesar de ambos serem veículos impressos. “Você nunca vai ter uma revista diária, ao contrário dos jornais, por conta das questões financeiras. Já no conteúdo, as notícias no impresso são produzidas no estilo da pirâmide invertida, com características factuais, ou seja, o hard news. No caso das revistas ela precisa ser mais analítica, tanto no impresso como no digital, fazer algo a mais e não pode ser apenas um lide simples”.
 
Por fim, Edson comenta que a revista física não deve acabar em médio prazo, contudo, ele acredita que em longa data a revista torna-se apenas um nicho. Já para o futuro da revista eletrônica, o jornalista explica que é preciso saber utilizar tudo o que a plataforma oferece de melhor, como vídeos, fotos, podcasts e um bom design. “A revista digital não é apenas pegar o produto impresso, transformar em pdf e inserir na internet”.
 
Percepções
 
Para a professora e uma das organizadoras do evento, Gabriela Correia, a palestra foi interessante, pois, além da informação a respeito do jornalismo em profundidade, ainda trouxe algumas dicas que podem ser levadas para outros veículos. “Essa característica da revista de trazer matérias inesquecíveis, deve ser adotada também por outros veículos, para deixar o conteúdo marcar as vidas das pessoas”.
 
Maria Vitória Barreto, aluna do 1º termo de Jornalismo, ressalta o domínio do palestrante sobre o assunto. “Eu não esperava que fosse tão bom e completo. Ele enfatizou a importância da interdependência entre Jornalismo e Publicidade, pois cada vez mais nós precisamos estar ligados à questão da estética e imagem”.
 
“Penso que a revista vai ter uma ascensão muito grande dentro da Comunicação, porque já é um formato que permite um aprofundamento e com a internet, que é acostumada a apresentar conteúdos escassos, a exigência por aprofundamento e qualidade será maior”, declara a aluna Larissa Biassoti, do 3º termo de Jornalismo.  
 
Já o aluno Lucas Cardozo, do 4º termo de Jornalismo, não tinha tanto contato com o jornalismo de revista e, após a palestra, enxergou um campo que acreditava não atingir tanto o público. “O jornalista deve buscar atribuições e conhecimentos além do seu campo de maior interesse, porque o profissional que tem uma visão fechada é muito limitado”, disse.
 
Finalizando, com base nas perguntas feitas pelo público, o palestrante Edson Rossi acredita que todos conseguiram absorver a ideia central da palestra, que era a qualidade para se fazer revista em qualquer veículo ou plataforma. “O mais importante da palestra é a reação”.
 
Facoppiano, fique ligado porque a Semana de Comunicação continua!  Nesta quinta-feira (11/05), as palestras acontecem com o fotógrafo Ber Sardi, no Auditório Buriti, e Dorinho Bastos, no Auditório Azaléia, às 19h. E também rola o workshop de “Look para reportagem”, ministrado por Simone Cereja, Mariana Menotti e Heitor Silva, será realizado no Laboratório da TV Facopp no mesmo horário.  

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