Entenda a importância da suspensão das aulas e quais serão as mudanças

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02/04/2020 às 12:20
Bárbara Munhoz, Izabelly Fernandes e Noemi Prado

Atividades no formato EAD serão utilizadas, além de chats com os professores no horário das aulas (Foto: Reprodução/ Unoeste)

A não ser que você estivesse em outra dimensão ou planeta, como todo mundo já sabe, estamos vivendo uma pandemia causada pelo coronavírus. E claro que, para tentar conter as infecções pelo Covid-19, foi necessário tomar algumas medidas de proteção, designadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Uma delas foi a suspensão das aulas em todas as escolas e universidades no país, e, consequentemente, a Unoeste e a Facopp  também foram submetidas. Essa suspensão já está em vigor desde o dia 18 e pretende se estender até o dia 21 de abril, desde que não haja outras alterações. Diante disso, quais os impactos desse tipo de decisão?

De acordo com a coordenadora do curso de Jornalismo, Carolina Costa Mancuzo, não há com que se preocupar em relação ao andamento das aulas, pois cada professor estará se adequando ao momento para dar continuidade ao conteúdo da melhor forma. “Eles [professores] vão passar as atividades via Aprender e também estarão disponíveis por meio de chats durante o horário das aulas.” A coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda, Larissa Trindade, explica que todas as atividades serão no formato EAD, seja por textos, vídeo aulas, web aulas, webconferências ou atividades, já que cada professor possui a liberdade de escolher a melhor forma de interação de acordo com a disciplina e o conteúdo a ser desenvolvido.

Outro ponto que também causa preocupação dos alunos é a semana de provas. De acordo com o cronograma, ela iria acontecer entre os dias 23 e 27 de março. No entanto, pelas atuais circunstâncias, elas foram suspensas. As avaliações serão iniciadas de forma online no dia 1º de abril, pela plataforma acadêmica Aprender, em formato de trabalhos de acordo com a necessidade de cada disciplina.. 

Larissa ainda anuncia que todos os eventos e workshops foram adiados. “Quando voltarmos na normalidade estaremos estudando e remarcando novas datas de acordo com as possibilidades dos ministrantes.” Eventos como o Colóquio e Top Of Mind, por exemplo, agora serão realizados no segundo semestre de 2020. 

Conscientização

Afinal, qual a importância de todas essas medidas? O infectologista André Luiz Pirajá afirma que a suspensão das aulas trata de uma medida preventiva, fazendo com que haja menos circulantes em um mesmo espaço. “As pessoas que vão para escola ou para faculdade, geralmente entram em ônibus, um local fechado, o que favorece a disseminação da doença. Por isso, essa medida diminui a possibilidade de transmissão do vírus entre os alunos”, explica. Ele ainda fala que essa é forma de diminuir o pico de casos da doença num curto período de tempo, fazendo com que, provavelmente a curva de infectados pelo Covid-19 ocorra em um número menor dentro de um tempo maior.

É válido ressaltar que este não é um período de férias e sim de proteção. Por isso, o infectologista orienta os alunos a ficarem em casa, higienizarem bem as mãos com água, sabão ou álcool gel, além de não terem contato com muitas pessoas e evitarem lugares com aglomerações. Já em relação aos alunos que são de outras cidades e desejam voltar para a casa nesse período, Pirajá aconselha: “avalie como está a situação epidemiológica da sua cidade. Se você for, por exemplo, de grandes centros ou capital, eu recomendaria que não fosse, pois há um risco maior de transmissão”.

Futuro acadêmico

Representando o curso de Jornalismo, Carolina ainda ressalta que acredita que o semestre letivo não será prejudicado, já que todo o corpo docente está fazendo de tudo para que ele não seja afetado. “Porém, nós não podemos prever como isso vai acontecer, já que se trata de algo nacional e não depende da universidade”, avalia.

“Temos que ter otimismo e acreditar que tudo passará logo”, comenta Larissa. Ela afirma que apesar de não haver previsão de quando as coisas vão melhorar, acredita na possibilidade e na efetividade do aprendizado online. “Toda crise gera uma oportunidade e essa também vai gerar novas frentes de trabalho e de possibilidades”, defende.

Fala aí!

Corredores vazios, salas que dão espaço às cadeiras, cantinas fechadas. Embora necessária, a medida preventiva de suspensão das aulas afetou diretamente alunos, professores, funcionários e prestadores de serviços da Unoeste, que tiveram suas rotinas modificadas devido à pandemia de Coronavírus (Covid-19). Diante desse cenário, eles compartilham suas opiniões a respeito da situação.

Dona de cantina, Regina Telma acredita em impacto econômico pós-pandemia (Foto: Cedida/Arquivo pessoal)

Proprietária há 19 anos de uma cantina no piso quatro do bloco três, Regina Telma Tacaci, 57 anos, vive exclusivamente do lucro obtido por meio da venda de salgados, doces, bebidas, dentre outros alimentos. A empresária, que se prepara financeiramente desde janeiro, conta que buscou não estocar muitos produtos e conseguiu, ainda, cancelar alguns pedidos. “Não sei como será depois. Acredito num impacto geral muito grande, pois têm pessoas que dependem também deste trabalho, os fornecedores e assim uma crise em série. Temos que ser colaborativos, entender o momento e que somos fortes para recomeçar em qualquer situação”.

“Eu considero essa pandemia um verdadeiro pesadelo”, afirma a estudante do 7º termo de Jornalismo e Jennifer Figueiredo, 22 anos. Para ela, ainda que a região não esteja com casos confirmados do vírus, é possível notar a paralisação do comércio, da infraestrutura e economia e, por consequência, das aulas. “Isso é uma reação em cadeia. Não tem como fazer caber um bimestre em menos tempo”, analisa.

A jovem ainda reforça a importância das medidas de segurança e limpeza como alternativa a não suspensão das aulas. “Eu espero realmente que as aulas voltem ao normal porque não tem o que esperar a respeito disso. É uma doença que apareceu e não vai cessar, não vai embora e não vai sumir. A gente vai ter que aprender a conviver com ela”, corrobora.

Já a estudante do primeiro termo de Publicidade e Propaganda, Isabela Matsura, 17 anos, acredita que a suspensão das atividades acadêmicas seja imprescindível em um momento como esse. “Apesar de ser mais complicado as aulas à distância e preferir muito as presenciais, eu acho que é essencial essa suspensão mesmo não havendo casos em Prudente. Ela [doença] se espalha muito rápido e existem muitos alunos e funcionários nos grupos de risco”, diz.

Recém-chegada do Japão, a futura publicitária que veio para o Brasil para cursar a faculdade conta que os professores estão se organizando para aulas ao vivo e bate-papos online, por exemplo. “A nossa sala tem um grupo no WhatsApp onde falamos dos trabalhos para ninguém esquecer as datas e quem compreende melhor o assunto ajuda o outro. Todo mundo está se ajudando bastante”, declara.

“A minha expectativa é sempre positiva nesse aspecto. O ser humano já sobreviveu, saiu das cavernas, já foi à lua. E para resolver essa questão ele também vai dar um jeito”, ressalta o professor Tchiago Rodrigues, 37, que também enxerga a suspensão das aulas como medida importante na prevenção da saúde dos estudantes e familiares. “Os alunos não serão prejudicados, pois os professores farão atividades pedagógicas online e na modalidade EAD”, afirma.

Quem também acredita que a medida seja extremamente necessária é a assistente de secretaria da Facopp, Alessandra dos Santos, 39. De acordo com ela, além de estarem se preparando internamente para o combate à disseminação do vírus, os funcionários tiveram suas rotinas de trabalho modificadas. “Diminuiu completamente o fluxo de atendimento, a gente trabalha apreensivo. Eu falei que essa semana parece que eu estava em luto, é muito triste, a gente olha para a universidade e está vazia”, lamenta. Alessandra, que agora trabalha uma vez na semana, acredita que todos serão outras pessoas quando o surto passar. “É um momento de muita transformação”, reforça.

Até segunda ordem, a suspensão das aulas presenciais dos cursos de graduação e pós-graduação seguem até o dia 7 de abril. Para mais informações acesse www.unoeste.br.

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