Estudante da Facopp escreve texto para memorial de vítimas do coronavírus

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email

08/07/2020 às 16:00
Daniel Alvarez

Site reúne histórias de pessoas que foram levadas pela covid-19 (Foto: Captura de Tela)

O número de vítimas do coronavírus já passa dos 65 mil no Brasil, mas, além de uma mera contagem estatística, a covid-19 está interrompendo histórias, famílias e futuros que poderiam ter sido diferentes. O projeto Inumeráveis traz consigo o objetivo de contar as histórias de pessoas que foram levadas pelo coronavírus para que elas sejam lembradas como mais do que apenas números.

Para auxiliar na escrita dos relatos das famílias que perderam entes queridos, os idealizadores do projeto contam com o apoio de jornalistas e voluntários que possam ouvir esses depoimentos e os transcreverem no formato de texto para publicação no site. Izabelly Fernandes, estudante do 5º termo de Jornalismo, foi uma das pessoas que se sensibilizaram com a ação, por isso decidiu contribuir.

Izabelly conta que conheceu o projeto em uma das aulas da disciplina de Jornalismo Online I, na qual a professora Fabiana Alves comentou a existência do Inumeráveis, assim como o funcionamento. A graduanda diz que a decisão de contribuir partiu dela, por achar importante contar as histórias das vítimas da covid-19. “Acredito as mortes estão cada vez mais banalizadas em nosso país e a população deve saber que eles realmente não só número, mas que por trás de cada morte há uma história de vida, uma pessoa que amou e foi amada.”

No texto escrito por ela, a estudante transcreve o relato de Thiago Flores, filho de Luiz Flor, que faleceu aos 69 anos, vítima do coronavírus. Izabelly diz que o primeiro contato com Thiago foi por meio do Facebook, rede social na qual ela viu uma publicação do filho lamentando a perda do pai sem a possibilidade da realização de um velório digno. Mesmo sem a possibilidade de velar, amigos e familiares conseguiram se organizar e homenagear Luiz.

“Como ele trabalhava como bombeiro, a corporação resolveu fazer uma carreata com os carros do Corpo de Bombeiro em homenagem a Luiz. Achei isso muito bonito e resolvi entrar em contato com ele via Facebook, expliquei a minha proposta e ele logo topou contar a história do pai dele para mim”, explica Izabelly.

Para a estudante, o projeto que ela participou é de extrema importância para desbanalizar as mortes e mostrar quem são as pessoas que morreram. Assim como contar a trajetória delas e mostrar para as famílias que o membro perdido tinha e continua tendo valor e não é apenas um número.

COMO CONTRIBUIR

Caso tenha se interessado pelo projeto e conheça alguma história que pode ser contada e publicada nos Inumeráveis, no site há um espaço para voluntariado. E se precisar de ajuda, a professora Fabiana Alves está disponível para auxiliar no que for necessário.

Por fim, Izabelly deixa um recado para quem deseja contribuir com o projeto, porém tem certo receio por se tratar do assunto, que pode ser delicado para as famílias. “O principal é você explicar bem a proposta, mostrar em que consiste o memorial Inumeráveis, dar exemplos de outros depoimentos produzidos, para que o familiar entenda que é uma produção muito séria e que o trabalho que estamos fazendo é muito importante. Enfim, seja verdadeiro, afinal esse é o nosso compromisso como jornalista”, conclui.

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email
Escola de Comunicação e Estratégias digitais | © 2021 Todos os direitos reservados.​