Estudantes x desemprego: como retornar ao mercado de trabalho após a pandemia?

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08/06/2020 às 12:00
Bárbara Munhoz e Izabelly Fernandes

Em meio à crise em diversos setores, graduandos são dispensados de estágios (Foto: Unsplash)

Diante de um cenário incerto provocado pelo avanço da pandemia, o mercado de trabalho tem sido um dos setores mais afetados em todo o globo. Segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), só no primeiro trimestre deste ano a taxa de desemprego no país subiu para 12,2%, atingindo 12,9 milhões de brasileiros.

Um grupo fortemente atingido pelos cortes em empresas foram os estudantes ocupantes dos cargos de estágio. Seja pela falta de demanda ou pela escassez dos recursos financeiros, empregadores não tiveram outra saída a não ser optar pela demissão, ainda que os estagiários representem um investimento operacional inferior se comparado aos trabalhadores vinculados à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

MAIS PERTO DO QUE SE IMAGINA

Como era de se esperar, empresas prudentinas não se distanciam da realidade financeira enfrentada mundialmente. Por isso, é cada vez mais comum ouvir sobre cortes realizados em diversos setores dos estabelecimentos localizados em uma das principais cidades do Oeste Paulista.

Trabalhando há três meses em uma agência de turismo, a aluna do 5º termo de Jornalismo, Victória Domingos, já esperava uma possível demissão. “No início da quarentena tivemos vários problemas com cancelamento e o meio das viagens e do turismo realmente é um dos mais prejudicados”, analisa a ex-estagiária.

Para se ter uma ideia, desde o início da quarenta, em março, a demanda por viagens aéreas domésticas – em território nacional – registrou queda de 32,84% se comparada ao mesmo mês em 2019. Em relação à retração de voos, registrou-se um percentual de 28,35%, o pior resultado desde março de 2005, conforme informa a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).

Sem procura por viagens e realizando home office, Victória foi dispensada no começo de abril. Ainda que seu salário não fosse a principal renda da casa, era a principal fonte de renda da estudante que, agora, trabalha como freelancer.

“Espero que as coisas voltem ao normal o quanto antes, pois me coloco no lugar de quem depende da renda para alimentar uma família e cuidar de uma casa. Eu entendi que a minha patroa não tinha opção a não ser me demitir, e ela também entendeu e me garantiu que assim que as coisas voltarem ao normal serei recontratada”, comenta Victória.

DE VOLTA AO MERCADO

Em meio à crise em diversos setores, há apenas uma certeza: vai passar. E quando isso acontecer, é necessário estar preparado para retornar ao mercado de trabalho. Em entrevista ao Portal Facopp, o professor universitário, psicólogo e orientador profissional, Vinicius Oliveira, revela que os efeitos da pandemia implicarão em uma significativa mudança nas relações entre trabalhador e meios de trabalho.

“O mercado vai exigir pessoas com maior capacidade de lidar com tecnologias e com maior grau de formação. Não somente de títulos, mas de competências”, observa o orientador que acredita, ainda, haver uma seleção dolorosa de profissionais num primeiro momento.

Vinicius também dá dicas aos estudantes que perderam seus empregos devido à situação. “Primeiro de tudo que não desistam do planejamento inicial. Se queriam aquela vaga, continuem querendo, continuem se preparando para ela. Estudem, se preparem, pois os mais preparados estarão mais aptos para as vagas que abrirão no retorno do mercado. Que tenham consciência que vai demorar um tempo a mais, mas não vai ser para sempre”, aponta. Ele ainda completa que será essencial olhar em perspectiva se o que querem tem a ver com o mundo que estamos vivendo e vamos viver no futuro ou tem a ver com o passado, para que possam fazer um planejamento mais efetivo.

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