19/03/2019 às 15:00 – Atualizado em: 19/03/2019 às 16:43
Camila Araujo, João Martins, Larissa Biassoti e Larissa Oliveira
Felipe Piquione

Para quem não conhece, o trabalho do Observatório de Imprensa é analisar de forma crítica o desempenho da mídia a partir de assuntos que estejam em destaque na imprensa. Com isso, o Jornal Pio-Pardo de Presidente Prudente decidiu juntar-se à Facopp para criarem o Observatório de Imprensa para a produção e divulgação de análises críticas das notícias que a imprensa atual faz.
O coeditor do Pio-Prado, José Roberto Castilho, conta que a proposta do projeto chamado De olho na mídia surgiu no jornal diante da proliferação de notícias, textos e matérias tendenciosas, que não contemplavam outros lados da questão em debate. Ele ainda conta que esse trabalho teve como referência o Observatório de Imprensa, idealizado pelo jornalista Alberto Dines na Unicamp, mas que é mais abrangente, envolvendo também TV, rádio e redes sociais.
Segundo Castilho, a escolha pela Facopp se deu pelo fato de que a Universidade é o melhor local para que discussões e debates aconteçam. “A faculdade tem de fazer uma leitura crítica da imprensa e foi aí de onde veio a ideia da parceria, proposta pelo jornal, que divulgaria as pesquisas feitas a respeito.”
O professor Roberto Mancuzo, um dos responsáveis pela equipe, diz que o papel do Observatório é contribuir com ideias, sugestões de assuntos que geram debates e discussões, já que, segundo ele, a imprensa é um espaço público para que isso aconteça.
“A gente pode sugerir pautas novas, podemos sugerir assuntos que devem ser melhor tratados e, obviamente, que vamos trabalhar isso, não só com o senso crítico, mas com o senso oportuno de poder fazer com que o jornalismo melhore cada vez mais e que ele seja um fator de contribuição para a sociedade.”
Mancuzo ainda ressalta que todos os assuntos possíveis podem ser trabalhados, desde política até esporte, porque o que ele e sua equipe irão analisar será a performance da imprensa na cobertura de eventos, situações e declarações. “Nós não vamos restringir os assuntos, nós queremos debater justamente como a imprensa se comportou, como os jornalistas se comportaram, quais foram as grandes sacadas que eles tiveram.”
QUEM ESTÁ DENTRO
Marco Vinicius Ropelli, do 3º termo de Jornalismo, é um dos alunos participantes do trabalho. Ele conta que sempre foi uma pessoa crítica e quando recebeu o convite do professor Mancuzo, topou de primeira.
Ele ainda diz que se reúne com a equipe todas as quintas-feiras para gravar um podcast e mensalmente ter uma publicação textual no Pio-Pardo com análise sobre a mídia e a imprensa no geral.
“Nós queremos que essas análises cheguem à sociedade, seja a partir do podcast que será publicado no Portal Facopp ou pelo jornal Pio-Pardo, porque atualmente o jornalismo está sendo muito contestado por forças políticas e esses atritos refletem no indivíduo. Então, o observatório na região vem para mostrar que é possível fazer uma crítica construtiva da mídia para a própria mídia.”
POR QUE PARTICIPAR?
Para a evolução profissional e pessoal dos estudantes, Castilho pensa que é necessário mostrar que a “verdade” nem sempre está no texto escrito ou na imagem da televisão. “O resultado social é evidente porque seriam desvendadas questões que muitas vezes passam batidas.”
Ropelli diz que é muito importante para a formação de profissionais do jornalismo, pois muitos terminam o curso sem ter o hábito de ler jornais, assistir telejornais e não se preocupam em fazer um entendimento crítico em relação à notícia.
Já para o professor Mancuzo, será fundamental porque os alunos terão, no primeiro momento, não só contato com a imprensa local, mas também com a regional e a nacional. “Isso é importante para a formação porque nenhum jornalista é bem informado se ele se descuidar dessa busca pela informação que está acontecendo na sua cidade, no estado, no mundo, no país.”