Fake News desafia apuração jornalística e é tema de documentário

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email

25/04/2019 às 10:00 
João Victor Coutinho e Luan Buzzo

Divulgação Internet

 
Lançado em 2009, o documentário “Abraço Corporativo” colocou à prova o nível de apuração dos veículos de comunicação brasileiros. O documentário, de 75 minutos, conta a história da “teoria do abraço” do consultor de RH, Ary Itnem. Segundo Itnem, ela pode combater uma séria doença que afeta empresas pelo Brasil e pelo mundo: a “inércia do afastamento”.
 
Opa, “inércia do afastamento”? Traduzindo, isso acontece, de acordo com o documentário, quando as pessoas não se relacionam umas com as outras.
 
Acontece, que esta “teoria” na verdade não existe e os veículos de comunicação acabaram “comprando” a ideia e publicando. A farsa foi vendida por diversos meios de comunicação sem a menor preocupação com a veracidade. O objetivo foi expor a problemática dos veículos: não há tempo ou paciência para checar dados e informações, e simplesmente aceitam o que é apresentado com a aparência de verdade.
 
Veículos de grande audiência e circulação no Brasil, como a Rádio CBN e o jornal Folha de S. Paulo, repercutiram mais uma das milhares de teses que são consideradas milagrosas dentro das empresas.
 
Itnem surgiu na internet, em 2006, distribuindo abraços pela Avenida Paulista. A ação foi divulgada no Youtube e vista por mais 650 mil pessoas na época. Assim, o consultor se tornou um “Buda” no mundo corporativo, desenvolvendo uma técnica que poderia mudar as relações de trabalho.
 
Na Facopp, o documentário é trabalhado pela professora Giselle Tomé, na disciplina de Jornalismo Impresso, onde ela revela a importância da boa apuração em qualquer área do jornalismo. “A apuração é a base de tudo. Principalmente quando vem um material muito bem elaborado”.
 
Após o lançamento, os veículos fizeram saber que tudo era uma mentira, ainda mais se lerem o nome do autor de trás para frente: Ary Itnem (menti-yra). Logo, alguns veículos se retrataram sobre o caso, mas outros nem sequer desmentiram a situação. Segundo a professora, “o espaço do ‘erramos’, mesmo que usado pelos veículos, é muito pequeno perto da repercussão causada pela notícia.”
 
O estudante do 3º termo de Jornalismo, Paulo Gomes, reconhece a importância do documentário não só pelos jornalistas, mas também para aqueles que consomem a mídia. Para ele, futuro profissional, “o grande mérito é expor a fragilidade da nossa imprensa”.

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email
Escola de Comunicação e Estratégias digitais | © 2021 Todos os direitos reservados.​