07/05/2021 às 10h31
Carlos Migotto, Claudia Borges e Ramon Diniz, especial para Escola de Comunicação
Já ouviu falar sobre o que a gíria significa? Elas são um formato de comunicação muito utilizado entre jovens de determinados grupos que utilizam uma linguagem de comunicação própria entre si. “Tá ligado?”
As gírias acompanham o processo de evolução na comunicação. Por exemplo, algumas delas já foram usadas anos atrás, como cafona (feio/brega), carangas (carros), pode crer (entendido), crush (paquera), entre outras. Com o passar do tempo, a linguagem vai evoluindo e criando novas palavras e reinserindo novas gírias.
A aluna Jéssica Terumi, do 5° termo de Publicidade e Propaganda, fala que as gírias são formas de reconhecimento e dizem respeito ao meio pelo qual os indivíduos se relacionam e conversam. Esses indivíduos se sentem pertencentes ao grupo por estarem em sintonia e falar da mesma maneira.
Jéssica acredita que as gírias interferem na comunicação, já que, dependendo de onde você está, é necessário mudar a forma de falar e também o comportamento em geral. Afinal, você não conversa com seu chefe do mesmo jeito que fala com seus amigos. Em relação aos grupos, o que muda é o tema de interesse.
Fala, especialista!
Tchiago Inague, professor da Escola de Comunicação, acredita que, em momentos anteriores, as gírias eram vistas com preconceito, devido às situações às quais o indivíduo pertencia. “A informalidade é uma forma de expressar e transmitir a mensagem que acaba facilitando a comunicação entre tribos e grupos pertencentes”, pondera.
Roqueiros, hypes, motociclistas e outras tribos, por exemplo, comunicam-se com dialetos que ambos compreendam e entendam o significado da fala sem perder o contexto falado.
Lêda Litholdo, também docente na Escola de Comunicação, afirma que, no Brasil, o uso de gírias envolve quase a totalidade da população. Esse tipo de linguagem é, em geral, entendida por adolescentes, pessoas com mais de 80 anos, em sua maioria, acabam tendo mais dificuldades.
Ela fala ainda que a gíria é uma linguagem válida, porque facilita a comunicação. Entretanto, saber a linguagem formal é imprescindível. Para a Lêda, o ideal é manter as duas formas de comunicação.