26/03/2019 às 18:05 – Atualizado em: 26/03/2019 às 19:02
Heitor Pedroso
João Lucas Martins

Globalização: origens, interpretações e impactos. Este foi o tema abordado na 3ª mesa redonda de Sociedade e Novas Formas de Comunicação, organizada e presenciada pelos alunos dos terceiros termos de Publicidade e Propaganda e de Jornalismo, na noite desta quarta-feira (20/03).
Como convidada, esteve presente a professora doutora em Geografia Camila Grosso, que abordou o tema sob uma ótica crítica, levando em consideração tanto elementos positivos quanto negativos da globalização. O debate também trabalhou a visão do geógrafo Milton Santos, um dos mais respeitados estudiosos do tema. A mediação foi dos professores da Facopp Wagner Caetano e Tchiago Inague.
Na abertura do encontro, a professora buscou desconstruir a visão negativa que as pessoas tendem a ter sobre a globalização. Segundo ela, há tanto coisas positivas quanto negativas sobre o fenômeno. Camila diz que a discussão não pode ser em termos de “a globalização é boa?”, mas sim, “como a globalização pode trazer qualidade de vida para todos?”
Além disso, a professora abordou assuntos como a origem histórica da globalização e sua intensificação, o papel do neoliberalismo nesse fenômeno e a hierarquização e subserviência dos países em relação aos mais dominantes.
Num segundo momento, os alunos foram convidados a questionar a convidada baseando-se no material preparatório para o encontro, que consistiu numa entrevista do geógrafo Milton Santos ao programa Roda Viva da TV Cultura, em 1997, e a um artigo sobre a globalização.
Os estudantes levantaram os temas imperialização, a posição de Milton Santos sobre taxação para os mais ricos como combate à desigualdade social, a “globalização perversa” (outro conceito de Santos), como esse fenômeno afeta as novas gerações e, como comunicadores, como evitar que a informação seja utilizada como uma ferramenta de dominação globalizada pelas grandes empresas.
A convidada, que defende um uso consciente da informação como uma ferramenta educativa, valorizou o intercâmbio de conteúdo entre as áreas de conhecimento. “Esse tipo de análise do mundo que a gente vive é super saudável quando a gente tem um profissional de fora e a possibilidade de analisar diferentes facetas de um único objeto”, diz Camila. “A gente tenta entender as diferentes conexões [da Geografia] com as diferentes áreas”, completa.
A aluna de Jornalismo Melissa Andrade também valoriza as trocas entre as áreas de estudo. “Eu acho que tudo tem que estar interligado. A informação envolve tudo, então você tem que ver pontos de vista diferentes, que você não está acostumado”, afirma.