Jornalismo independente é produzido por alunos e egressos da Facopp

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01/04/2019 às 17:08 – Atualizado em: 02/04/2019 às 15:11 
João Martins e Larissa Biassoti

Foto cedida

Mídias alternativas são plataformas que fogem dos veículos de informação tradicionais e mostram diversos assuntos atuais que não são pautados. Com isso, egressos da Facopp criaram o Digital Ruaz, uma forma de fazer um jornalismo independente e colaborativo em Presidente Prudente, que também conta com a participação de duas estudantes do curso de Jornalismo.
 
O projeto foi fundado pela ex-facoppiana Raquel Siqueira, que identificava a relevância social que o Ruaz possuiria com a sua criação. “São temas que não são abordados dentro das grandes mídias e, às vezes, quando são, é de uma maneira superficial ou só mostra um lado e falta um aprofundamento”, comenta Raquel.  
 
Ela diz que o intuito do trabalho é fazer registros dos movimentos sociais e contar histórias das pessoas envolvidas. Com foco na cidade de Presidente Prudente, a equipe busca dar um espaço de fala para a sociedade, trazer esses assuntos à tona para conhecimento geral das pessoas, a fim de tirar preconceitos por meio da informação de qualidade e respeito para mostrar o município em outra perspectiva.
 
Maicon Lana, co-fundador do projeto, cita alguns temas trabalhados como política, cidadania e assuntos sociais. O espaço cultural Galpão da Lua é pauta do grupo, já que com os projetos desenvolvidos anualmente, os participantes do ambiente englobam essas discussões. “Há também projetos como o Luta que é voltado para mulheres lésbicas, o Coletivo Mãos Negras, entre outros. O Ruaz existe para isso, dar voz a essas pessoas”, completa.
 

A EQUIPE
 
Além da Raquel e do Maicon, já formados pela Facopp, o Ruaz também tem a participação de mais três pessoas, entre elas: Tatiane Hirata, formada em Jornalismo pela UEL, com especialização em Comunicação Popular e Comunitária, e as estudantes do 7º termo de Jornalismo, Sandra Prata e Caroline Luz.
 
Em relação ao que cada um faz, Sandra diz que, pelo Ruaz ser um projeto colaborativo, tudo é coletivo e ninguém tem exatamente uma função específica, todos fazem de tudo um pouco.
 
“No jornalismo independente tudo é diferente, desde as relações de trabalho, passando pelo processo de produção, sempre coletivo, até a profundidade que damos aos assuntos tratados. Cada escolha que fazemos em relação ao ‘modo de fazer’ é uma escolha política”, explica Tatiane.

 
VAGÃO DAS RUAZ
 
O Digital Ruaz já produziu vários materiais, entre eles, as coberturas especiais do mês da visibilidade lésbica, do ato no Dia Internacional das Mulheres, o lançamento do aplicativo Yumbrel que ajuda pessoas da comunidade LGBT a encontrarem locais de apoio, a comemoração dos 12 anos da Lei Maria da Penha, entre outros.
 
De novidade, a equipe criou a primeira série de podcasts, intitulado de Vagão das Ruaz, resultado de uma união do Digital Ruaz com o Som Na Linha, um coletivo que leva cultura musical para determinados pontos da cidade. As primeiras edições, segundo Maicon, falarão sobre o Diversonaridade, um festival independente de música autoral que reunirá artistas de todo o interior paulista, que ocorrerá nos dias 20 e 21 de abril em Presidente Prudente.
 
Raquel explica que o podcast é totalmente focado na importância que o evento tem para a cidade e comenta também que as pessoas poderão ouvir na plataforma as vozes que estão envolvidas dentro dele. “Têm as bandas, a galera que vai participar das feiras de artesanato e de pequenos produtores daqui da cidade, mas os ouvintes não vão conhecer apenas os trabalhos, vão ouvir suas visões sobre o que é ser músico aqui em Presidente Prudente, o que esse festival significa, o que ele vai construir, está super bacana.”
 
Caroline afirma que pela região paulista ser muito rica em bandas autorais, as pessoas olham somente para as coisas que estão lá fora e não olham para as que estão perto. “O objetivo do Vagão das Ruaz é esse, trazer essas bandas no podcast para um conhecimento do público, mas a gente pretende ir além, trabalhar outros temas que com certeza a gente ainda vai planejar”.

 
APRENDIZADO
 
Questionados sobre o que o Ruaz acrescenta na vida profissional e pessoal da equipe, Caroline diz que, por meio desse projeto, ela conhece vidas, histórias e ideologias que ela não teria oportunidade se não fizesse parte. Profissionalmente, isso dá a ela a oportunidade de trabalhar com diversos meios e formatos, desde texto ao podcast e mídias sociais.
 
Para Sandra, trabalhar no Ruaz é juntar o útil ao agradável, pois exerce sua profissão fazendo o que ama dentro dela. “Muitas vezes no mercado de trabalho você não tem essa liberdade de trabalhar o assunto que você quer, na hora que você quer, da forma que você quer, o Ruaz é especial por isso, tudo é mutável e adaptável ao projeto”.
 
Já para Maicon, o Ruaz trouxe uma automotivação no jornalismo, pois, de acordo com ele, o jornalista precisa ser multimídia e o projeto dá essa oportunidade para trabalhar com todas as áreas.
 
“O Ruaz me trouxe a possibilidade de voltar a atuar com jornalismo e, mais do que isso, de praticar um jornalismo sem amarras, pensado para empoderar pessoas através da informação. E pessoalmente me acrescenta muito, pelas relações de amizade que criamos, pelo senso de coletividade que desenvolvemos e pela possibilidade de atuar em todas as etapas de produção, até naquelas que não dominamos, já que o fazer independente nos obriga a ser ‘pau pra toda obra’”, conta Tatiane.
 
Já para Raquel, o projeto é a sua primeira experiência com o jornalismo fora da faculdade e diz que está aprendendo, pois o Ruaz dá oportunidade de criar, gerir diversas coisas dentro dele. “É muito importante nós trabalharmos em projetos pessoais, é difícil, porque nem sempre temos tempo, mas você estará fazendo uma coisa que você ama e te fará crescer, desenvolver e aprender muito. Eu diria que todo mundo deveria tentar criar o seu”, aconselha.
 
O trabalho do Digital Ruaz pode ser encontrado no site, no Facebook, no Instagram e no YouTube.
  

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