Novo ensino médio: renovação na trilha de aprendizagem

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Allana Gomes,  Fernanda Claro  e  Jaqueline Félix, especial para Escola de Comunicação
17/05/2022 às 11h

Para o professor Wagner Caetano, a proposta do Novo Ensino Médio atende às necessidades do tempo moderno (Foto: Jaqueline Félix)

A reforma do Ensino Médio é um projeto que visa a autonomia do aluno em que ele pode escolher o currículo com o qual mais se identifica, diferentemente do modelo tradicional, implementado no país em 1996 e que apresentava um currículo único contendo treze matérias obrigatórias.

Não sabe do que se trata? Confira o vídeo do SESI explicando o Novo Ensino Médio detalhadamente:

A discussão para a mudança do ensino começou em 2014, com o Plano Nacional de Educação (PNE). Em 2020, no estado de São Paulo, teve o seu primeiro currículo aprovado. Esse modelo está em vigor no país desde o começo de 2022, mas será que ele pode ser benéfico para os estudantes?

O olhar profissional

O professor Wagner Caetano afirma que a proposta do Novo Ensino Médio atende às necessidades do tempo moderno, construindo ferramentas para que o aluno possa encontrar um lugar onde se encaixar fora da escola. Ele também considera que o novo modelo tem potencial para fazer com que o aluno desenvolva um maior interesse e dedicação com os estudos, porém será difícil, pois o Brasil é um país muito grande, com estados com diferentes índices de pobreza e IDH [Índice de Desenvolvimento Humano]. Por esse motivo, nesse primeiro momento, para o professor, o Novo Ensino Médio pode dar certo nos estados mais consolidados, mas nos periféricos a dificuldade será maior.

Quando perguntado sobre a preparação para a universidade, Wagner acredita que a questão da faculdade ainda está em construção. “Embora as escolas tenham desenhado o currículo para todo o ensino médio, as universidades têm caminhos e autonomias próprias. Então pode ser que uma determinada instituição continue cobrando aquilo que era dado no ensino tradicional, pode ser que uma outra comece a aceitar o Enem, porque o Novo Ensino Médio termina com ele. Desta maneira ele fecha o seu ciclo”.

“Eu acho que o Brasil está perdendo a oportunidade de fazer realmente um novo ensino médio, pois do jeito que a lei 13.415 coloca, não se extinguiu nenhum tipo de conteúdo, então alguns sistemas de ensino optam não diminuir conteúdo porque o Enem não mudou. Então esse novo formato de ensino médio seria mais adequado se o Brasil também tivesse mudado, inclusive, o Enem. Isso está prometido para 2023, mas até o momento não tivemos nenhuma mudança”, explica o docente.

Wagner leciona não só no ensino superior, mas também em escolas. O professor conta que já está trabalhando com o novo modelo desde o ano passado de duas formas diferentes, uma escola seguindo o modelo implantado pelo estado e outra que escolheu um currículo próprio, aplicando desde já matérias como projeto de vida e formações optativas. Segundo ele, a metodologia está funcionando até agora, pois a escola criou uma identidade própria, dando mais autonomia para o aluno escolher.

“Eu sempre olho a educação como um desafio, porque ela não depende só da escola, o prédio, do professor, do aluno, é a união de tudo isso, inclusive da família. Nós temos pontos muito sensíveis dentro da educação, eu costumo dizer que nada é simples, tudo tem que ser muito pensado, planejado. Então ao meu ver o pensar educação, ser um educador é sempre um grande desafio para a escola, para a sociedade e para o próprio aluno”, comenta Wagner.

“Eu acho ideia no novo ensino médio muito interessante, estamos animados com essa implantação, pois os alunos têm gostado e se dedicado”, afirma Denise (Foto: Cedida/Denise Di Giovanni)

Denise Di Giovanni é coordenadora pedagógica e conta que, em 2021, envolveu os alunos no processo de implantação do novo ensino médio, por um trabalho de conscientização e de decidir juntos algumas possibilidades para a transição ser a melhor possível. A metodologia utilizada nas escolas pode contribuir para que seus alunos compreendam mais facilmente os conteúdos dados nas disciplinas e também favorecer o direcionamento dos estudantes que vão iniciar a vida adulta, mostrando-lhes caminhos para seguir uma carreira.

Como a maioria das escolas que já aplicaram o novo ensino médio, o colégio também disponibiliza dois itinerários: ciências humanas e da natureza, a escolha do que estudar depende dos alunos. Para surpresa da equipe da escola, os estudantes preferem cursar ambos. “Essa foi a reação deles: topar o desafio, e até o momento estão firmes”, comenta a coordenadora. 

EXPECTATIVAS PARA O FUTURO 

“Meu objetivo é adquirir o certificado de técnico florestal e aprendizagem em aulas práticas e no campo” (Foto Cedida/Emmyle Albuquerque)

Emmyle  Albuquerque é integrada com o curso de técnico florestal, na ETEC Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo. Ela comenta que ao se formar na escola tem planos para ser perita, pois a área de ciências forenses lhe desperta muito interesse. Sua vocação não foi descoberta necessariamente por conta do âmbito escolar, mas conta que algumas de suas disciplinas favoritas, como física, educação física, biologia e geografia, são consideradas de extrema importância para a estudante, porque abrangem temas e tópicos interessantes para sua futura profissão.

As escolas técnicas estaduais (ETEC) mantidas pelo governo do estado de São Paulo têm como objetivo a formação de profissões de nível técnico. “Acho interessante ter uma formação técnica já integrada ao ensino médio’’, comenta Emmyle.

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