Reels e Tik Tok são a febre do momento na criação de vídeos para a internet

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email

Isabela Gomes, Nathália Prado, Rayane Pedroso e Vinícius Antunes, especial para Escola de Comunicação
27/04/2022 às 14h

Aplicativos de vídeos curtos fazem sucesso e criam uma nova forma de fama (Arte: Nathália Prado)

Você provavelmente já assistiu algum vídeo ou acompanha diariamente as famosas redes sociais TikTok e Instagram, pelo recurso Reels, afinal ambas são destinadas à publicação de vídeos curtos e são a febre do momento. Existem conteúdos para todos os gostos, desde coreografias ensaiadas a dublagens engraçadas.

O TikTok surgiu com o nome Musical.ly em 2014 na China, era um aplicativo onde as pessoas postavam dublagens de música. Em 2017 a empresa foi comprada pela conterrânea ByteDance e o Musical.ly se tornou TikTok. Trata-se de uma ferramenta para compartilhamento de vídeos curtos e que oferece amplos recursos para editá-los.

O Reels faz parte do Instagram e é um dos recursos mais populares da rede social. A função surgiu a partir de um teste de uma ferramenta chamada Cenas, que permitia aos usuários gravar e editar vídeos curtos para os Stories do aplicativo. O teste teve sucesso e o recurso foi incrementado à rede, que hoje compete diretamente com a rede social chinesa  TikTok. Afinal, quais as diferenças entre um e outro? Vamos falar sobre isso!

O professor de produção de conteúdo da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste, Roberto Mancuzo, explica que as duas redes, embora muito parecidas, tem públicos e alcances diferentes, por isso, você deve saber qual o seu objetivo com o conteúdo para optar por uma das duas plataformas. Enquanto o TikTok alcança mais o público infanto-juvenil, o Reels é acessado mais por jovens adultos a partir de 20 anos.

A disponibilidade de tempo e opções de músicas são algumas das diferenças entre o Reels e o TikTok. Mancuzo explica que publicar o mesmo vídeo nas duas redes pode fazer com que o algoritmo deixe seu conteúdo em segundo plano, porque consegue detectar que foi produzido em outro aplicativo.

O professor acredita que a tendência de vídeos curtos ainda irá continuar durante bom tempo, assim como os textos foram ficando mais breves com as legendas, os recursos para vídeos shorts que existem em várias plataformas, protagoniza como meio de informação e possibilita atingir um grande público. “Isso principalmente para a geração Z e a geração que vem atrás da Z, a geração alfa, que são públicos com cada vez menos paciência para assuntos muito longos”, explica Mancuzo.

Para ter um bom desempenho, segundo o docente, é importante pensar em conteúdos úteis, informativos, culturais ou inspiradores, que irão chamar atenção das pessoas. Embora muitos façam isso sem planejamento, no fundo o que vale é pensar em uma boa mensagem. “Você irá se destacar da mesma forma que se destaca em qualquer outra plataforma ou rede com conteúdo de valor”, avalia Mancuzo.

Produção

A professora de audiovisual Thaisa Bacco diz que o desempenho na produção dos vídeos é o que determina se o público terá vontade de passar o vídeo ou acelerá-lo. “Os vídeos feitos por profissionais do audiovisual são um convite para permanecer em tela o tempo todo”, completa. De acordo com ela, basta verificar o emprego da linguagem audiovisual (massa, tom, linhas, planos, movimentos de câmera, ângulos de visão, iluminação) para diferenciar seu conteúdo.

Thaisa comenta também sobre os recursos necessários para criação de conteúdos audiovisuais. “Jamais qualquer tecnologia vai substituir a sensibilidade humana. O bom audiovisual pressupõe características que os recursos não fazem sozinhos, como, por exemplo, o poder de síntese e de tradução de sentimentos em imagens”, explica.

Confira 5 conteúdos que mais repercutem nas plataformas

As informações são do próprio TikTok. Acompanhe:

Artes: Rayane Pedroso

Por trás das telas

A aluna do 1º termo de Publicidade e Propaganda, Júlia Gava cria conteúdos em ambas as plataformas e já conquistou mais de 100 mil seguidores no Instagram e mais de 2 milhões no TikTok. Seu principal conteúdo são vídeos de dublagens, já que futuramente pretende seguir a carreira de atriz. “No TikTok eu costumo pegar cenas/monólogos de filmes e séries para dublar ou gravar até com minha própria voz. Geralmente me inspiro em vídeos já criados, utilizando áudios que estão em trend no momento”, conta.

Júlia organiza suas gravações nas sextas-feiras, sábados e domingos para postar ao longo da semana. “Como meu foco é mais para o TikTok, os vídeos que gravo, posto todos por lá! Porém, os que eu acabo gostando mais, seja por um grande número de visualizações ou porque está em trend, eu posto também no Reels do Instagram”, explica. Essas gravações duram em torno de três horas e nem sempre dão certo. A estudante conta que já tiveram vídeos em que a atuação estava boa, mas precisou refazer por conta da escolha errada do ângulo.

A maior parte de seu público é feminino, variando entre as duas redes, de 13 a 25 anos. Júlia percebe um melhor desempenho de seus vídeos no TikTok. “Se souber o horário certo para postar, o engajamento é sempre maior em relação ao Instagram”, responde. Em relação às críticas, ela diz que é sempre desconfortante, mas que servem de aprendizado para buscar o melhor.

A aluna conta que sua primeira inspiração na internet foi a Kéfera Buchmann, aos 13 anos de idade, mas só aos 16 que realmente começou a gravar. “Já na área de atuação, tenho como inspiração os atores: Natalie Portman e Timothée Chalamet, entre vários outros como a Florence Pugh e Saoirse Ronan”, conta.

Aqui estão alguns vídeos produzidos pela Júlia, você pode acompanhá-la no Instagram pelo @: juliagava_ e no TikTok no @itsjuli4_

Em frente às telas

Todos esses conteúdos prendem a atenção de um modo surpreendente, passar horas em frente o celular assistindo virou rotina. A aluna do 3º termo de Publicidade da Escola de Comunicação, Lilian Medeiros conta que já chegou a ficar de 2 a 4 horas por dia no TikTok. “Eu sei que é muito e por isso de vez em quando tento tirar uma semana sabática da rede e só aí realmente assisto vídeos dos Reels”, explica.

A aluna comenta que as trends sempre nascem no TikTok e depois de uma semana passam para o Instagram, esta é a maior diferença entre ambas na sua concepção. Ela diz que entre as duas plataformas prefere o TikTok porque o algoritmo deles é melhor e, em pouco tempo de uso, já tinha recomendações no seu estilo.

Lilian gosta de acompanhar vídeos engraçados e ver cosplayers, considerado um hobby em que os participantes se fantasiam de personagens fictícios da cultura pop japonesa. No momento sua tiktoker preferida tem sido a @fanyramosoficial. “Ela fala com seu filho que é neném, parece um idoso e chama ele de Sr. Nonô e fala que ele parece o Lineu de ‘A grande família’”, conta.

Mesmo gostando da área e gravando alguns vídeos, a estudante nunca teve coragem de postar nada. “Este termo estou responsável pela social media do Projeto Interdisciplinar e acho que vou ter que aparecer por lá”, prevê brincando. Será que teremos uma nova criadora de conteúdo?

Conheça quais são as ferramentas básicas de cada uma das plataformas

Arte: Vinícius Antunes
Arte: Vinícius Antunes

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email
Escola de Comunicação e Estratégias digitais | © 2021 Todos os direitos reservados.​