Relacionamentos: jovens se reinventam para flertar na pandemia

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28/04/2021 às17h29
Leonardo Bosisio e Nathalia Salvato, especial para Escola de Comunicação

Nathalia Franco diz que ficou mais carente na pandemia e passou a ser mais ativa nas redes sociais (Foto: Cedida/Nathalia Franco)

A pandemia da Covid-19 gerou impactos imensuráveis em todos os aspectos da vida humana. Nas relações amorosas, não foi diferente. Jovens não flertam mais face a face e não se relacionam amorosamente com tanta frequência quanto antes, afinal não é possível prever a disseminação do vírus. Os comportamentos mudaram e as pessoas tiveram que se adaptar à nova realidade.

Com essa condição, as redes sociais, mais do que nunca, passaram a ser a protagonista das estratégias na busca por relacionamentos. Um estudo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) aponta que o Whatsapp é o aplicativo mais usado nesse período pandêmico, sendo que 97% dos entrevistados utilizam essa plataforma. Já o Instagram aparece em segundo lugar, com 88% dos entrevistados.

A aluna Nathalia Franco, do 1º termo de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste, afirmou ter ficado mais carente desde que se viu em um novo contexto com a Covid-19.

“Antes eu podia sair com os meus amigos e conhecer pessoas novas, interagir de forma mais direta. Agora é tudo mais difícil. Nunca me considerei uma pessoa carente, mas depois do início da quarentena essa característica se tornou mais presente no meu comportamento, especialmente por conta do isolamento social”, comenta Nathalia.

A estudante ainda disse que passou a ser mais ativa nas redes sociais, em especia o Instagram e Twitter, e chegou a baixar aplicativos de relacionamento como o Tinder e Badoo, mas não acredita que as interações desenvolvidas ali sejam sólidas.

“Essas plataformas suprem uma necessidade de contato com pessoas novas, mas não são relações permanentes. Ajudam, mas não resolvem a situação. É como se fosse um jogo para sair da rotina, onde a maioria das pessoas vai, flerta por um tempo, depois quando cansam não aparecem mais.”

Guilherme Oliveira, também é aluno de Publicidade e Propaganda da Unoeste e menciona que, além de usar o Tinder, também se cadastrou em sites de interação como Omegle, onde busca pessoas para conversar. “No começo da pandemia eu fiquei bem carente e comecei a procurar por pessoas em todo site possível. Esses métodos me ajudaram a me sentir menos carente e também contribuíram no aumento da minha autoestima”, conta.

Os humanos e a necessidade de elos sociais

A psicóloga Luciana de Paula explica que o ser humano necessita de relacionamentos sociais para manter um equilibro mental, emocional e até mesmo físico e, com a limitação do contato, é natural que as pessoas se tornem mais ativas nas redes sociais, pois é a ferramenta mais próxima que o indivíduo possui para se comunicar com o outro atualmente.

Apesar disso, Luciana destaca que “é preciso lembrar que a vida acontece fora das redes sociais”. Ela ainda ressalta a importância de usar a quarentena para se autoconhecer e não direcionar o foco para a carência que o isolamento social incita.

“É preciso buscar sim se conectar com os amigos, familiares, paqueras nas plataformas online, mas isso não pode atrapalhar outras áreas da vida. O uso excessivo das interações virtuais pode atrapalhar os demais aspectos de uma rotina, que também devem ser considerados”, finaliza.

 

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