07/10/2020 às 23:30
Daniel Alvarez
Na noite dessa terça-feira (06/10) quem marcou presença na palestra de Rodolfo Lesse pôde sentir através da tela a emoção que é fazer a cobertura fotográfica de um rodeio. Isso porque durante o bate-papo na Digitalk – Semana de Comunicação 25 anos Facopp, que se estendeu das 19h às 20h, o ex-facoppiano relatou, com o apoio de fotografias, suas experiências na área desde os primeiros eventos até os mais recentes.
Antes de começar a discorrer sobre sua carreira, Rodolfo revelou que a Facopp foi essencial na escolha da profissão, pois foi no ambiente acadêmico que ele descobriu o amor pela fotografia. “Foi no 5º termo, com o professor Paulo Miguel, que comecei a me interessar pela área. Na época, ele passou um trabalho que tinham que ser feitas seis tipos diferentes de fotos no mesmo evento.”
Natural de Colorado, no Paraná, o fotógrafo decidiu cumprir a tarefa em um dos rodeios que eram realizados no município. Foi aí então que duas paixões foram unidas: uma que surgiu na faculdade e outra que já era cultivada no ambiente familiar. Cada vez maior, o amor pela arte de fotografar cresceu ainda mais quando ele fez estágio no Laboratório de Fotografia da Facopp. E não parou por aí, Rodolfo também foi diretor de fotografia de um documentário feito por facoppianos sobre a Copa do Mundo de 2014, mesmo ano em que se formou.
Depois de formado, os eventos cobertos por ele foram muitos, alguns deles são: a Expoingá, o Rodeio de Colorado, o Circuito Rancho de Primavera do Leste e o rodeio mais conhecido do Brasil, o de Barretos. Questionado pela professora Thaisa Bacco sobre a questão contratual das coberturas, Lesse explica que possui CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica) desde quando começou a atuar para assim trabalhar com mais segurança.
Quem também estava presente na palestra e fez diversas perguntas ao ex-facoppiano foi Vitória Celis, discente do 4º termo de Fotografia. A estudante diz ter primos que praticam a montaria, mas nunca havia parado para pensar que existem fotógrafos que cobrem esse tipo de evento. “Vendo todas essas possibilidades, me sinto muito mais motivada e aberta as experiências que a fotografia pode me fornecer.”
ESTILO DA FOTOGRAFIA
Apesar de trabalhar em um ambiente com animais agitados e com um grande público, Rodolfo consegue se destacar no ramo com fotografias que vão além da cobertura e passam um tom mais poético. Dentre as técnicas utilizadas pelo ex-facoppiano para passar essa sensação estão: a longa exposição, o jogo de luzes com o uso de tochas e a fotografia de detalhe.
A atuação dentro das arenas também tem seus riscos. Em uma das coberturas da modalidade cutiano, a favorita do fotógrafo, ele relembra que um cavalo saiu do controle e partiu na direção dele. Apesar do susto, Rodolfo conseguiu sair do caminho e o acidente foi evitado.
Justamente por esses acontecimentos, o professor Thomas Aguilera observa que quem entra nesse ramo já precisa ter um conhecimento prévio, como é o caso de Rodolfo. “O primeiro passo para o profissional da fotografia que vai entrar nesse segmento é gostar bastante da área.”
ATUAÇÃO NA PANDEMIA
No início da pandemia causada pelo coronavírus, Rodolfo relata que a pausa dos rodeios fez com que ele ficasse 170 dias sem trabalhar. Por conta disso, se reinventar foi essencial para se manter do trabalho como fotógrafo. A solução encontrada por ele foi continuar na área western, mas agora com a produção de portfólio de propriedades e catálogos de animais para leilões.
