21/05/2020 às 09:30
Mayson Martins e Milene Gimenez

O jornalismo é uma área que ordena muita dedicação e tempo do profissional, porém, há quem ainda consiga conciliar uma outra função. Esse é o caso do jornalista Cristiano Nascimento, 36 anos.
Há 17 anos, ele é funcionário público no município de Osvaldo Cruz, no interior de São Paulo, onde trabalha no setor de esporte e cultura. Logo após ter doze anos trabalhando no órgão público, entrou para o jornalismo. O que ele não imaginava é como seria sua nova rotina.
TAREFAS
Trabalhando em dois cargos é necessário cumprir as horas diárias das duas funções. Hoje, Cristiano se levanta, no máximo, às 6h para realizar a ronda policial de Osvaldo Cruz para a redação da Rádio Metrópole FM. Em seguida, às 7h, já parte para a Prefeitura, onde tem que cumprir o regime diário de 8 horas. “Colocar minhas funções em ordem é uma satisfação, por enquanto ainda estou conseguindo manter”, explica.
De acordo com o profissional, a partir das 15h ele está totalmente concentrado no jornalismo policial. “Esse tipo de jornalismo é atuante, ele não tem horário. Para você ter uma exclusividade e sair na frente, o seu comprometimento ajuda muito”, fala Nascimento sobre a árdua rotina.
Além da fidelidade com o veículo jornalístico, as folgas podem deixar de existir, momentos em que realiza matérias em fins de semanas e até feriados. “A vida de um repórter policial, a minha vida, não tem horário para dormir. Esses dias estava às 23h fazendo uma pauta e fui dormir às 5h da manhã, já tendo que acordar cedo”, pontua Cristiano.
HOJE
Em relação ao novo coronavírus (Covid-19), o profissional conta como sua rotina está sendo alterada. De acordo com Cristiano, em uma reunião via WhatsApp, foi sugerido o início das entrevistas não presenciais, que até então, estavam sendo realizadas fisicamente. A suspensão está prevista por, pelo menos, quinze dias, por consequência de casos suspeitos que começaram a surgir a região.
Sobre os fatos policiais, o jornalista conta que tentará trabalhar com as fontes, mas que terá que lidar com a relevância dos fatos. “Nós estamos trabalhando com muitos vídeos, pelo visto nossa região começou a aparecer vários casos. Em questão da polícia vou trabalhar com as fontes que já tenho contato. Porém, se merecer destaque a ser exclusividade não tem como! É álcool em gel, máscara e vamos a campo, minha rotina começou a mudar agora”, comenta o profissional.
CONSELHO FINAL
O jornalista acredita que foi importante ter realizado o curso de Jornalismo e ainda se lembra um momento emocionante na profissão. “Eu fui cobrir um acidente e vi o passageiro de um carro morrer, o rapaz morreu queimado na minha frente, não tinha o que fazer, e isso me marcou. Se você quiser vir para a área policial, venha! Faça com amor, com respeito. O jornalismo é para quem gosta, não uma opção. Na primeira oportunidade que tiver: saía da redação.”