Produções geek nunca foram tão rentáveis quanto agora

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João Pedro Bucchi e Alysson Fortaleza, especial para Escola de Comunicação
25/04/2022 às 13h25

Anne Beatriz de Assis às vezes é streamer na plataforma Twitch (Foto: Cedida / Anne Beatriz de Assis)

Esqueça aquela imagem clássica do nerd, eles mudaram. Cada vez mais pessoas de diferentes características e gêneros vem se identificando com esse universo de séries, HQs, games, animes e afins. É o caso de Anne Beatriz de Assis, estudante do 3º termo de Publicidade e Propaganda pela Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste.

Anne relembra que seu primeiro contato com esse gênero veio quando ainda era criança, mas foi somente alguns anos depois que ela realmente se interessou por essa cultura, graças ao anime Mirai Nikki. A produção de Sakae Esuno que narra a história do jovem Yukiteru possui 26 episódios e foi exibida no Japão entre 2011 e 2012.

“Desde muito nova eu assistia animes na televisão. Acho que meu primeiro contato foi com Pokemon, Naruto e DBZ [Dragon Ball Z], que ainda passavam na TV aberta. Meu favorito é Mirai Nikki. Foi o primeiro que eu assisti tendo consciência que aquilo era um anime, que estava entrando para uma comunidade geek. Foi ele que me prendeu, que me fez ter vontade de conhecer mais, ir a eventos, fazer cosplays’, explica.

Na visão de Anne, a recente expansão desse grupo está ligada ao avanço da tecnologia e com a receptividade dos membros mais antigos. “Com a internet ficou muito mais fácil você andar de nicho em nicho, conhecer mais comunidades. Creio que muitas pessoas se identificaram com o estilo geek. Ele abrange vários gostos e a comunidade é bem acolhedora”, comenta.

Por fim, Anne diz que quem quer ser geek precisa tomar essa decisão por afinidade e identificação, não por outros fatores. “É um estilo de vida. Primeiramente [é preciso] gostar, não pode ser uma obrigação ou por moda. É necessário gostar do anime, de heróis, se identificar.”

Os geeks são dedicados e consomem muito tudo que envolve suas histórias favoritas. Não por menos, em 2020, o faturamento do Brasil no setor de licenciamentos alcançou a marca de R$20 bilhões, valor maior do que o orçamento anual do estado do Espírito Santo. E esse número só segue aumentando.

Dominando o mercado

Andrew Garfield, Tom Holland e Tobey Maguire cruzaram três gerações do Homem-Aranha no último filme do super-herói (Foto: Divulgação/ Reprodução: Sony Pictures)

A Marvel, empresa norte-americana de entretenimento, arrecadou mais de U$3 bilhões somente no último ano. Esse valor corresponde a 30% da bilheteria mundial em 2021.

Confira quanto cada filme da produtora lucrou, de acordo com uma matéria do site ‘O Vício’:

  • Homem-Aranha: Sem Volta para Casa – U$1,7 bilhão
  • Venom: Tempo de Carnificina – U$501 milhões
  • Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis – U$432,2 milhões
  • Eternos – U$401,1 milhões
  • Viúva Negra – U$379 milhões
O apartamento de Leonard e Sheldon era onde o grupo de amigos se reunia (Foto: Divulgação/ Reprodução: The Big Bang Theory)

Uma outra produção geek de enorme sucesso é The Big Bang Theory. Lançado em 2007, o seriado que conta as dificuldades sociais dos nerds Leonard Hofstadter, Sheldon Cooper, Rajesh Koothrappali e Howard Wolowitz ficou no ar até 2019, somando 279 episódios e vencendo 34 prêmios.

Em 2018, a revista Forbes divulgou que o cast masculino do programa formava o pódio dos atores mais bem pagos de Hollywood naquele ano.

  • Jim Parsons (Sheldon Cooper) – U$26,5 milhões
  • Johnny Galecki(Leonard Hofstadter) – U$25 milhões
  • Simon Helberg (Howard Wolowitz) e Kunal Nayyar (Rajesh Koothrappali) – U$23,5 milhões

O sitcom segue em alta até os dias atuais. The Big Bang Theory está disponível na HBO Max, streaming da WarnerMedia, que adquiriu os direitos de transmissão das 12 temporadas da série por um valor recorde de mais de meio bilhão de dólares, ultrapassando os U$500 milhões que a NBC Universal pagou para ter The Office em seu catálogo.

Ash, Misty e Brock são os personagens principais do primeiro arco de Pokemon (Foto: Divulgação/ Reprodução: Pokemon)

Contudo nem Marvel, nem The Big Bang Theory chegam perto da franquia geek que mais lucrou na história. Esse posto é de Ash, seu companheiro Pikachu e do anime Pokemon.

De acordo com a consultoria britânica SafeBettingSites, a marca, que inicialmente era só um jogo criado pela Nintendo, passou a casa dos U$100 bilhões em vendas totais.

Para se ter uma ideia da dimensão de Pokemon, durante a pandemia, a The Pokemon Company, empresa responsável pela gestão da franquia, registrou um lucro de U$1 bilhão somente com o jogo Pokemon Go, lançado em 2016.

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