09/05/21 às 11h30
Ana Flávia Martin e Gabriel Bonfim, especial para Escola de Comunicação
Durante a pandemia da Covid-19, a busca pelo entretenimento foi uma maneira de enfrentar a rotina monótona do isolamento social. Entre as alternativas de diversão, estão os filmes e séries lançados nas plataformas digitais.
Um exemplo de sucesso cinematográfico foi série brasileira Cidade Invisível, lançada pela Netflix no dia 5 de fevereiro de 2021. Além de proporcionar um passatempo para os assinantes, a produção exaltou a cultura popular com o folclore brasileiro, de uma maneira alternativa.
A professora de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação e Estratégia Digitais da Unoeste, Mariângela Fazano, é apaixonada por cultura.
“Gostei bastante [da série], pois traz a temática do folclore brasileiro em um roteiro inusitado”, esclarece a professora.
De acordo com Mariângela, a produção conseguiu passar uma imagem positiva e mais madura das entidades do folclore brasileiro, anteriormente abordadas apenas pelas histórias de Monteiro Lobato e das adaptações da TV Globo. “Essa visão ingênua e fofa foi finalmente desafiada na série”, comenta.
Além da representatividade cultural, a adaptação dos personagens do folclore para os dias atuais, conseguiu fazer os telespectadores “reviverem” a tradição mesmo com a modernidade.
“Essa mistura entre folclore e suspense foi uma maneira de levantar o debate entre as mudanças vindas de um dito progresso e a preservação do que nos é ancestral”, destaca Mariângela.
Para a professora, a narrativa poderia ter valorizado mais os personagens fantásticos, que vivem escondidos às margens da sociedade carioca. “Apesar de ser uma representação interessante, é notável o desequilíbrio na abordagem das trajetórias individuais”, explica.
A estudante do 7º termo de Publicidade e Propaganda, Beatriz Moreira Grando, assistiu a série com muita empolgação, e conta que a narrativa conseguiu fugir do previsível sem perder a essência de cada lenda brasileira. “Eu simplesmente devorei a série. Fiquei presa nela e não consegui parar de assistir desde e momento que comecei”.
Beatriz ainda comenta sobre a repercussão da série fora do Brasil. Para ela, expandir a nossa cultura para outros países é importante para representar as características, a realidade ou o passado do brasileiro.
“Pode não fazer tanto sentido para os gringos, eles vão ver como se fosse só mais um filme de fantasia, mas para nós faz parte da infância e de gerações de famílias brasileiras”, esclarece a estudante.
