Unidos na Facopp, casal desbrava o ramo da comunicação em São Paulo

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24/06/2020 às 12:00
Juan Gonçalves e Marco Vinicius Ropelli

Em abril de 2011, Roberto e Soraia já moravam em São Paulo, porém em casa separadas (Foto: Cedida/Arquivo pessoal)

Há uma disputa saudável entre os jornalistas e publicitários no ramo da comunicação, ainda que, cada vez mais, as áreas de atuação de comunicólogos tenham se convergido e o profissional tenha que estar antenado nos mais diversos temas. Os egressos da Facopp, a jornalista Soraia Marino Salum, 36 anos, e o publicitário Roberto Rodrigues Francisco, 34, conhecem bem essa convergência, pois como um casal, vivenciam-na todos os dias.

“Começamos nos relacionar na faculdade, iniciamos o curso e nos formamos no mesmo ano, de 2006 a 2009”, explica Soraia. Ainda no tronco comum, – à época, os dois primeiros anos da faculdade – engataram o namoro. Ambos afirmam que ao iniciarem a graduação sabiam bem o ramo que seguiriam, por isso, em 2008, quando tiveram que escolher suas especialidades dentro da comunicação, enfrentaram a primeira barreira da relação.

Primeira foto do casal, enquanto ainda estudavam no tronco comum de Comunicação Social (Foto: Cedida/Arquivo pessoal)

“Tínhamos a rotina de estarmos sempre na mesma sala, então quando eu fui para a Publicidade e ela para o Jornalismo, sofremos um pouco”, conta Roberto. “Mesmo estando em salas ao lado, pouco nos víamos, pois muitas vezes no intervalo precisávamos resolver assuntos relacionados aos trabalhos, ou no final da aula tínhamos horário fixo para pegar ônibus. Ficou mais difícil ainda quando começamos o TCC [Trabalho de Conclusão de Curso], os momentos para nos vermos foram cada vez mais diminuindo”, completa a jornalista.

Ainda que com algumas dificuldades, dribladas com os passeios nos lanches prudentinos em fins de semana, o casal seguiu firme rumo à formação. Eles levantaram o “canudo”, no mesmo dia, na colação de grau da Facopp, no entanto, o momento feliz também significava outro distanciamento. A mãe de Soraia, e boa parte de sua família, reside em São Paulo (SP). Enquanto esteve em Prudente para estudar, ela viveu com o pai, que mora em Presidente Bernardes. O fim da faculdade levou a jornalista de volta a capital em busca de emprego. Roberto, por sua vez, tem família prudentina e ficou por aqui.

Neste meio tempo, um problema de saúde acometeu o publicitário por alguns meses, o que fez Soraia vir à região periodicamente para vê-lo. Em uma maré de azar, ela se acidentou na capital do oeste paulista, ao cair de um ônibus, teve que voltar a São Paulo e ficar alguns dias “de molho”. As questões de saúde os mantiveram bastante afastados por alguns meses.

Existem males, entretanto, que vêm para bem. Ao sair do hospital, Roberto, com alguns dias de folga do trabalho, foi a São Paulo passar um tempo com a namorada e aproveitou para buscar oportunidades na metrópole. Não demorou para Soraia estar empregada. Cerca de um mês depois de voltar para o interior, Roberto também conquistou seu lugar no mercado, foi chamado por uma das empresas em que deixou seu currículo para uma experiência e, decidido, foi. Em abril de 2011, o casal estava próximo novamente, agora na capital do Estado.

Apesar de não serem oficialmente casados, desde 2014 moram juntos. Antes disso, Soraia vivia com sua mãe e Roberto com uma tia na capital. “Somos uma família e temos um filho de quatro patas, o cachorrinho Bolota. Se não fosse a Facopp, não teríamos nos encontrado. A nossa escolha pela comunicação proporcionou isso”, salienta Soraia.

O casal e familiares durante colação de grau da Faculdade de Comunicação de Prudente (Foto: Cedida/Arquivo pessoal)

GALO VS. FOCA

“O jornalista tem um orgulho da profissão que ultrapassa os limites”, brinca o bem-humorado publicitário. “Na nossa época brincavam dizendo que o publicitário ia ganhar dinheiro e os jornalistas não. Mas a realidade não condiz, querendo ou não, publicitário hoje é uma profissão que vem sendo desgastada. Ambas, no entanto, são essenciais para a área da comunicação”, completa Roberto.

Soraia atualmente trabalha na equipe de comunicação do núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br (NIC.br), entidade civil de direito privado sem fins lucrativos, responsável por coordenar os domínios “.br” no país. Roberto trabalha na Assessoria de Comunicação da Unesp (Universidade Estadual Paulista) como editor de vídeo e cinegrafista. O casal, porém, já teve duas oportunidades em que trabalharam juntos.

A primeira vez que estiveram unidos no mesmo projeto, foi quando estagiaram em um colégio de Presidente Prudente, ele como editor de vídeo e ela como assessora de imprensa. A segunda vez foi em São Paulo, no núcleo EAD (Educação à Distância) de uma universidade, o publicitário com cinegrafia e edição e a jornalista na área da comunicação institucional.

Outra vez que colaboraram entre si, foi quando fizeram, ao mesmo tempo, pós-graduações distintas, mas que compartilhavam assuntos dentro da Comunicação. “Alguma coisa da minha pós, entrava em temas da publicidade, e outras da pós do Roberto, entrava em assuntos do jornalismo, então ajudávamos um ao outro”, explica Soraia. Ela também cita a colaboração diária, quando ambos chegam do trabalho, às vezes cheios de ideias, e tiram um tempo para conversarem e discuti-las.

“Se eu puder deixar um recado ao pessoal do jornalismo, lembro que é uma profissão de grande responsabilidade, dia a dia muito corrido, com urgências para serem resolvidas sem erro. Para isso não se pode só escrever e tirar fotos, é preciso entender de mídias sociais, marketing, ferramentas de edição de vídeo e imagem, e, acima de tudo, responsabilidade, já que nosso principal papel é informar”, enfatiza a jornalista.

Da mesma forma, em sintonia com Soraia, Roberto deixa sua impressão dos dias de hoje aos estudantes de Publicidade: “Não só o fato de passar a informação, mas destaco a interpretação, que deve ser de acordo com aquilo que se quis passar. O grande cuidado do publicitário é ser assertivo na mensagem, tentar minimizar o erro, trabalhar com seriedade e ser responsável. A primeira impressão é a que fica”, afirma.

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