Jornalista produz jornal a distância por meio da internet

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20/09/2019 às 08:22
Mariane Pracânica, especial para o Portal Facopp
Colaborou: Carin Ferraz

Carin reside em Maringá/ PR e produz um jornal para um condomínio de Cabo Frio/ RJ (Foto: Arquivo Pessoal)

Que a colaboração é a maior aliada do jornalismo isso não é novidade para ninguém. Porém, na era das redes sociais, isso se intensificou. A Carin Ferraz é jornalista formada pela Facopp no ano de 2000.  Atualmente ela mora em Maringá (PR) e produz um jornal para um condomínio na cidade de Cabo Frio (RJ). Esse trabalho não seria possível se não fosse com a ajuda dos moradores, funcionários e da gestão do condomínio por meio das redes sociais, mais especificamente o WhatsApp.

A jornalista que morava no estado do Rio de Janeiro e atualmente está no Paraná, produz, apura, entrevista, define as pautas com a administração, faz sugestões para o diagramador, que é do Rio, recebe fotos, além de vender anúncios para as edições do jornal.

“Comecei esse projeto lá [Cabo Frio], mas aí me mudei para o Paraná. Mesmo depois da mudança eu estou conseguindo produzir um jornal inteiro a distância, com ajuda da internet”.

A ideia de implantar uma comunicação interna para o condomínio surgiu com o ingresso de uma nova administração. Carin sugeriu para a gestão do Condomínio dos Pássaros que houvesse um trabalho para otimizar a comunicação do local, pois além dos moradores, passam muitos turistas que alugam casas de veraneio.

Ela observou que muita coisa precisava ser divulgada para tirar todas as dúvidas tanto de quem reside ali, quanto dos turistas. A divulgação das informações iniciou pelo Facebook e em seguida, a subsíndica sugeriu que houvesse um jornal impresso pelo fato de algumas pessoas não possuírem a rede social.

Segundo Carin, a criação do jornal foi importante para resolver ruídos na comunicação interna do condomínio, que possui cerca de 5.000 mil moradores. “Esse trabalho deu bastante resultado, porque como é um condomínio muito grande, muitas informações não chegavam até as pessoas e hoje em dia chegam”.

A ex-facoppiana diz que havia muitos comentários ruins sobre a gestão do local na internet (Facebook, grupos de WhatsApp), por falta de informação. O informativo colaborou para quebrar preconceitos contra a atual administração e, como ela mesma diz, transformar a realidade do local.

“A informação tem ajudado a administração a conseguir fazer um bom trabalho. O pessoal com a informação clara e precisa passa a apoiar e a contribuir mais.”

Para a produção de pautas, a jornalista recorre a fontes como síndico, subsíndicos, moradores e funcionários. Ela também utiliza o Facebook e faz parte de vários grupos do WhatsApp com os moradores para saber tudo o que “tá rolando” pelas redondezas. Assim, define as pautas juntamente com a administração com base nas publicações e indicações das fontes.

“Eu fico ligada nas conversas do pessoal, vejo o que eles comentam e de repente, um evento que rolou, alguém comentou alguma coisa, eu vi que o comentário foi legal e já entro em contato com a pessoa pelo WhatsApp”.

O produto

O jornal “+ Atitude” é formado por oito páginas divididas por editorias, no qual são tratados assuntos voltados para os interesses dos condôminos como divulgação das ações da gestão, assuntos jurídicos, prestação de serviços, eventos, coluna social, apresentação de funcionários, entre outros.

Não poderia faltar a matéria especial, que Carin sempre tem o cuidado de tratar sobre assuntos atuais, porém, voltados para o condomínio. “Como o jornal é trimestral, eu não posso fazer coisas factuais. Eu preciso procurar fazer as matérias, mesmo que eu puxe do factual, mas fazer com que fique frio, que não perca a validade”.

As vendas dos anúncios dentro do periódico são para a manutenção dos gastos com as publicações. Quem costuma anunciar são os próprios estabelecimentos comerciais do condomínio, pois lá tem imobiliária, restaurante, entre outros seguimentos, e empresas de fora, cujo público-alvo são os moradores do local.

A importância da colaboração

Carin frisa que a colaboração está cada vez mais essencial no jornalismo, sobretudo no trabalho dela, pelo fato de fazer um jornal inteiro, sozinha e a distância. Ela diz que seria impossível produzir o informativo sem a contribuição de outras pessoas, mas destaca a importância de uma boa apuração jornalística.

“Com as mídias sociais, todos podem ser repórteres de algum modo e registrar uma boa história. Essa possibilidade enriqueceu bastante o trabalho informativo. O que não tira a responsabilidade de apuração dos fatos pelo profissional! Especialmente em tempo de fake news. ”

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