Facoppianos indicam livros para período de quarentena

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17/04/2020 às 09:30
Daniel Alvarez e Daniela Silva

A leitura é uma boa opção para passar o tempo durante a quarentena (Foto: Daniela Silva)

Por se tratar de um período bastante delicado e necessário, muitas pessoas procuram se distrair de diversas maneiras para passar por essa quarentena da forma mais leve possível. O isolamento social que busca minimizar os riscos de transmissão do novo coronavírus levou os estudantes a praticarem diferentes atividades em casa, tanto como alternativa de lazer como para, literalmente, passar o tempo. A leitura é uma dessas opções, pois, além de conciliar conhecimento e distração, possibilita ao leitor viajar para infinitos lugares sem sair de casa.

Pensando nisso, o professor Tchiago Inague, que ministra disciplinas de Literatura na Unoeste e tem uma formação pautada na leitura (graduação em Letras, Jornalismo e Direito e mestrado e doutorado em Literatura Brasileira) deu algumas dicas de livros com conteúdos leves e agradáveis para fazer durante a quarentena.

As crônicas de Rubem Braga – “São diversos textos que abordam questões em relação ao oceano e o mar, fala de pássaros, natureza, mulheres. Alguns textos têm uma crítica social com uma linguagem um tanto quanto poética, mas ao mesmo tempo leve”, explica o professor. Segundo Inague, crônicas são um gênero textual que circula entre a literatura e o jornalismo, e por isso foram inicialmente publicadas em periódicos para depois ganharem acervos em livros, as coletâneas. “Leia Rubem Braga, é bem leve, reflexivo e é uma leitura agradável de textos breves”, completa.

Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago Um dos maiores escritores da Língua Portuguesa, mais tarde, ganhou o prêmio Nobel de Literatura, em 1998. Inague explica que, de modo geral, a história se baseia em uma sociedade que começa a adquirir uma cegueira branca, as pessoas perdem a visão e passam a enxergar tudo branco, levando ao caos social. “A história é muito interessante e cabe muitas reflexões, principalmente diante do que estamos vivendo hoje. É um livro surpreendente”, conta.

Laços de Família, de Clarice Lispector Segundo o professor, é uma série de contos que podem trazer um grande enriquecimento que levam à reflexão e trazem grandes momentos epifânios. “É muito interessante o modo como a autora trabalha com questões como a idade e o tempo. Recomendo fortemente esse livro.”

MAIS SUGESTÕES

Paixão de Ramon pela leitura vem desde a infância (Foto: Cedida)

O estudante do 3° termo de Jornalismo, Ramon Diniz, também é um leitor assíduo e compartilhou suas obras prediletas para se ler durante o período de isolamento.

Os Homens que Não Amavam as Mulheres, de Stieg Larsson – Do gênero romance policial com alguns toques de suspense, o livro conta a história de um jornalista que é contratado por um magnata para escrever a biografia de sua família. “Mais do que escrever sobre seus familiares, o empresário pede para que investigue o sumiço de sua sobrinha que desapareceu há mais de 40 anos. No caminho da investigação, o jornalista se junta a uma hacker que promete encontrar todas as respostas para esse caso”, detalha Ramon. O estudante destaca também a profissão do personagem principal, que usa do jornalismo para desbravar o caso de desaparecimento.

A Playlist de Hayden, de Michelle Falkoff – “É um romance mais juvenil, dramático e bem profundo”, relata. A história conta como um garoto (Sam) segue sua vida após a morte de seu melhor amigo, Hayden. “As únicas coisas que o falecido deixou para o amigo foram um bilhete e uma playlist. A partir daí, Sam busca entender o que realmente aconteceu com ele e como era a vida de segredos que ele levava. É uma leitura bem mais linear, mais fácil e voltada para um público mais jovem, mas não deixa de ter um ótimo conteúdo”, completa Ramon. Ainda segundo ele, é uma ótima opção para refletir sobre como está nossa relação com o próximo e como trabalhamos nossa empatia.

O Oceano no Fim do Caminho, de Neil Gaiman – O livro conta a história de um homem que regressa à sua terra natal para um funeral e lá recorda os estranhos eventos que aconteceram 40 anos antes. “É um romance fantástico com toques de fábula, esse é um dos meus livros favoritos! É emocionante, de leitura fácil e envolvente e traz como temas a busca pela identidade própria e a separação entre a vida adulta e a infância”. Ramon explica que a obra é uma boa opção para quem busca por uma leitura mais breve e dinâmica e que ao mesmo tempo traga reflexões de como as experiências vividas durante a infância interferem anos depois, quando chegamos à vida adulta. “É um livro que demonstra um raro entendimento daquilo que nos torna humanos e mostra o poder que as histórias possuem na construção da nossa índole.”

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