Conheça as mulheres do cenário gamer da Escola de Comunicação

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Abner de Souza, Rodrigo Gonçalves e Sabrina Vansella (edição), especial para Escola de Comunicação
12/04/2022 às 10h

A diversidade de etnias é representada em personagens masculinos, o que não acontece na mesma frequência em personagens femininas (Imagem cedida por Ailime Haidamus)


Segundo uma pesquisa realizada pela CNN em 2021, 51,5% do público gamer são mulheres, que estão no universo dos pixels alcançando a cada dia mais vitórias. De streamer que sonha em seguir na área a jogadores casuais que preferem apenas curtir a prosa e uma boa gameplay com os amigos, as mulheres gamers da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste estão cada vez mais conquistando o seu próprio espaço.

Conheça algumas jogadoras da Escola de Comunicação para entender como é ser mulher nesse meio!

Anne Beatriz de Assis, de 20 anos, é aluna do 3º termo de Publicidade e Propaganda, além de ser streamer. Seus primeiros contatos com jogos foram quando ainda era criança. “Eu gostava de jogar no Playstation 2 da minha prima, jogava Mortal Kombat, GTA San Andreas, dentre outros’’, conta.

Anne faz suas transmissões ao vivo na plataforma da Twitch Tv (Imagem retirada de uma de suas lives)


Suas experiências não pararam por aí. Aos 18 anos, ela conta que decidiu se tornar streamer por influências de outras mulheres que já estavam inseridas nesse meio “Eu gosto muito da Nyvi Estephan, ela é uma pessoa incrível, já ganhou vários prêmios como apresentadora neste cenário onde a maior parte são homens, então acho ela uma pessoa maravilhosa”. Ela também conta que seu maior sonho é chegar numa fase na qual possa viver de stream e ser referência na área.

Ailime Haidamus, de 28 anos, apresenta uma visão diferente. A profissional responsável pelo Laboratório de TV da Escola de Comunicação conta que vê jogos apenas como um hobby e não pretende transformar a descontração em um compromisso para se tornar fonte de renda.

Ela afirma também que, assim como Anne, teve primeiro contato com jogos por intermédio de outras pessoas. “Mario Bros, Donkey Kong, Doom, Sim City foi amor à primeira vista. Minha melhor amiga de infância tinha videogame, lá acabei conhecendo muitos outros jogos e era bem divertido”, pontua.

Se engana quem pensa que não existe valor em todo esse mundo dos games. A importância está nas pequenas sensações, que ao todo fazem toda a diferença. Julia Mota, de 21 anos, relata que jogar é sagrado e, depois de um dia difícil, estressante, ter aquele momento para conversar em chamada e jogar com amigos ajuda muito no final. A estudante do 3º termo de Publicidade afirma também que jogar sempre uniu a família, sendo os pais os protagonistas que, mesmo cansados após chegar do serviço, sempre tiravam um tempo para jogar com ela e o irmão.

Respeita as minas

Outro valor que essas mulheres conquistaram ao entrar no universo dos jogos foi o entendimento sobre a representatividade feminina (ou a falta dela). Para Julia, há muitas personagens que a representam. “Muitos jogos já trazem personagens femininas empoderadas, donas de si, que só de olhar fazem o coração ficar quentinho e me sentir forte, como a Aurora de Child of Light, a Senua de Hellblade e a Yennefer de The Witcher”, pontua

Em contrapartida, ela cita que mesmo existindo alguns exemplos, a representação ainda é baixa para outras mulheres. “O problema maior ainda é a representação física da grande maioria, nada contra terem corpão, mas são tão exagerados, sexualizados, e usados nos jogos que fazem com que eu ainda me incomode muito com elas”, declara.

O mesmo pensamento é compartilhado por Anne, que não se sente representada. “Acho que não, nenhuma personagem que me represente. Creio que sim que a hipersexualização seja o causador disso, a maioria é muito apelativa fisicamente. Mas nenhuma me incomoda mais, creio que já me acostumei com esse cenário.”

Ailime também comenta sobre a falta de representação. “Os personagens são sempre os mesmos, seguem o padrão da sociedade atual: branca, peitos, bunda, magra, cis e heterossexual, com quase nada de roupa. Quase sempre, não vou dizer a todos, personagens mulheres são sexualizadas demais.”

“As coisas estão variando. Dá para ver algumas mudanças sim no meio gamer, como nas histórias dos personagens, como por exemplo VI, é uma lutadora e lésbica; Sejuani, uma mulher guerreira que lidera uma das tribos mais temidas; e Senna, mulher negra e atiradora”, conclui Ailime sobre poucos exemplos de representatividade não normativa que estão dentro do meio gamer.

As personagens Vi, Sejuani e Senna são vistas como um símbolo de empoderamento para Ailime (Imagens cedidas pelo site oficial do League of Legends)

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