A fake news pode ser atrelada ao mercado publicitário?

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26/04/21 às 15h17
Beatriz Aiello e Fernando dos Santos, especial para Escola de Comunicação

Anúncios em sites com fake news podem prejudicar a imagem da empresa (Arte: Agência Sense)

A Associação Brasileira dos Agentes Digitais (ABRADi) realizou em 2020 todo um debate acirrado sobre a veiculação de anúncios em sites responsáveis pela divulgação de notícias falsas ou conteúdo impróprios, bem como o potencial impacto negativo na reputação das marcas publicitárias e na sociedade como um todo. Seria possível o mercado publicitário se aproximar das fake news?

A associação acredita que a excelência da publicidade digital brasileira só poderá ser “alcançada” se forem realizados esforços para a eliminação de sites que vendem espaços publicitários atrelados a notícias falsas ou conteúdos impróprios conhecidos como “click bait”. Assim, a associação busca constantemente incentivar as melhores práticas possíveis dentro do jornalismo e publicidade digital, incentivando comportamentos e processos para prevenir danos às marcas, ao mesmo tempo em que colabora para a criação de um ambiente digital transparente e sustentável.

Segundo o professor e publicitário, Matheus Monteiro de Lima, o mercado publicitário encara o uso de fake news para ganhar dinheiro como algo que deve ser banido. “Imagine que sou anunciante no digital, utilizo por exemplo o Google Adsense e meu anúncio cai em um site que elabora fake news? Vou aliar minha marca a uma plataforma que leva desinformação? Como publicitário jamais aliaria a marca que trabalho com uma plataforma que divulga esse tipo de notícia”, diz o publicitário.

Para Matheus, as fake news não são algo que se tornaram normatizadas na sociedade; pelo contrário, o publicitário afirma que essa prática leva à desinformação para sociedade, fazendo que os cidadãos, muitas vezes, tenham uma visão míope sobre aspectos como economia, política, meio ambiente, entre outros. O professor ainda ressalta que, infelizmente, a população em sua grande parte não sabe distinguir o que é fake news e o que é jornalismo.

Professor Matheus Monteiro de Lima defende as fake news não podem ser normatizadas na soociedade (Foto: Cedida/Matheus Monteiro de Lima)

O problema da desinformação

O graduando do 3ª termo de Jornalismo, Pedro Juarez, assim como Matheus também concorda que a desinformação traz muitos prejuízos à sociedade. “A fake news pode prejudicar muito a sociedade pela omissão da verdade. Notícias de extrema importância que são repassadas de forma errada, distorcidas ou até criadas com algum intuito são obstáculos para o real chegar até a sociedade”, destaca Pedro.

O futuro jornalista acredita que as fake news podem ser facilmente identificadas mesmo seja montada de forma convincente, o jovem diz que se sente na obrigação de analisar a fonte e a veracidade da notícia em outros meios de comunicação.

O aluno, também de comunicação, Abner de Souza Eraclide, diz ser importante que pessoas que conseguem identificar uma fake news ajudem outras, instruindo-as para que desse modo elas não caiam na desinformação. “Muitas vezes eu que tenho que aconselhar a consultar fontes e tudo mais, sinceramente, eu acho que as pessoas se fazem de cegas e preferem compartilhar mesmo assim, mesmo quando é evidente.” afirma Abner.

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