Beatriz Zoccoler (editora), Júlia Guimarães (repórter) e Rodrigo Marinelli (produtor), especial para Escola de Comunicação
22/09/2023 às 16h30
Não importa por onde você ande, uma coisa pode ser subentendida: as ecobags vieram para ficar. É possível as ver por toda a parte, como em shoppings, cafés, e é claro, nos corredores da Escola de Comunicação. Item de tendência, são famosas por sua versatilidade e facilidade em combinar com os mais variados looks.
A coordenadora dos cursos de Artes Visuais e Música da Unoeste, Luli Hata, explicou à reportagem da Ecopp que, apesar do conceito das ecobags não ter uma data específica de surgimento, a popularização se deu no final do século XX, quando havia a necessidade de se transportar produtos comprados e a prática era “cada consumidor ter a sua sacola”.
“As ecobags fornecidas por empresas continuam sendo um veículo de comunicação. No entanto, além de divulgar a própria marca, associa esse conceito de preservação e sustentabilidade”, explica Luli.
Essa concepção também faz parte do dia a dia de Jaqueline Tavares, estudante do 6º termo de Publicidade e Propaganda. Pensar sobre o impacto no meio ambiente, levar em consideração a questão da ecobag ter um custo menor e ser de fácil combinação com vários tipos de looks, foram alguns dos motivos que a fizeram aderir o objeto.
“É uma alternativa menos poluente e fashion que todos podem usar sem prejudicar o meio ambiente. O futuro da moda está cada vez mais sustentável e eficiente”, comenta Jaqueline.
Item de moda
Com uma mistura de estilo entre e-girl e grunge, a aspirante a publicitária começou a incorporar a sacola de algodão nas composições para a faculdade, sair com os amigos e trabalhar em 2022.
“É um acessório simples que complementa o look do dia a dia, principalmente, quando vou para a faculdade e algum lugar mais ao ar livre.”
Jaqueline Tavares
Dentro da ecobag da Jaque vão objetos indispensáveis para o dia a dia corrido, como celular, remédios, carteira com documentos, óculos de sol e garrafa de água. Por conviver diariamente com pessoas que compartilham o mesmo cotidiano na universidade, percebeu que não foi a única a aderir esse acessório.
“Eu tenho uma percepção que o uso da ecobag teve um aumento crescente desde que eu entrei na faculdade. A facilidade e o estilo que cada ela proporciona pode ser uma das razões por que é tão utilizada hoje em dia. Também é uma opção para apostar quando não é possível gastar muito dinheiro em bolsas.”
Ela também dá dicas de como prefere usar a peça, com roupas mais leves, por exemplo, vestidos, shorts e saias. (Foto: Júlia Guimarães) 
A sacola ecológica pode ser utilizada de diferentes maneiras para deixar o cotidiano mais prático (Foto: Júlia Guimarães)
Estilo sustentável
Mas a história da Jaque não é muito diferente da de Isabela Gomes, uma estudante de Jornalismo que tem sua própria história de amor com as ecobags. Ela conta que sempre gostou de objetos sustentáveis e diferentes. Quando se interessou pelas sacolas, notou que era algo bonito, super criativo e que poucas pessoas usavam, então decidiu que queria ter a sua também.
E de bolsa em bolsa, Isa viu nas ecobags uma oportunidade de empreendimento. Foi quando fundou a Ecoart com sua amiga Rebeca.
“Só fui dar o primeiro passo mesmo quando me inscrevi para uma escola missionária chamada Dunamis Greenhouse. Como a escola era paga e eu não tinha os recursos para pagar, lembrei das ecobags e pensei “Por que não?”, então falei com uma amiga sobre o assunto e abrimos a Loja Ecoart.”
Entretanto, Rebeca precisou se ausentar e Isa seguiu sozinha à frente do negócio. Para isso, ela torna a compra um momento único e afetivo, com embalagem personalizada e cheiro próprio da loja.
Os desenhos que mais saem são os animais de estimação personalizados dos clientes, borboletas e um gatinho preto com a patinha para fora, que dá a impressão que está saindo da ecobag.
“Acredito que por meio das estampas cada pessoa pode expressar seus gostos e personalidades. Como os desenhos que faço nas ecobags são personalizáveis, cada pessoa pode ter o seu produto único, do seu jeitinho, o que deixa o artesanato ainda mais especial.”
Olhar de consciência
A professora Luli Hata também explicou que, por conta do conceito, as ecobags precisam ser produzidas de maneira que não agrida a natureza.
“Creio que a visão a respeito do assunto tenha ampliado, de modo que toda a cadeia produtiva e o ciclo dos materiais seja cada vez melhor observado. Assim, não se trata de substituir o plástico, mas compreender de que material a ecobag é feita”, complementa.
As personalizações das ecobags, para a especialista, devem ser feitas levando em consideração alguns pontos, como a real consciência sobre ecologia e o ciclo da matéria e, também, sobre os aspectos social e trabalhista envolvidos na sua produção.
“Certamente a personalização da ecoba reflete na postura da pessoa diante do mundo, a partir da conscientização. E a materialização dessa consciência, portanto, reflete a postura do indivíduo diante do mundo”, finaliza Luli.
