13/09/2017 às 09:44 – Atualizado em: 18/09/2017 às 11:45
Sandra Prata, Leandro Nogueira e Itamar Batista
Leonardo Cardoso
Os estagiários da TV, Portal Facopp, Eco e Fotografia tiveram a chance de ouvir histórias e fazer perguntas sobre a carreira do jornalista, Cid Moreira, em entrevista coletiva realizada semana passada, em Presidente Prudente. Atuante na profissão há 73 anos e famoso pela sua voz marcante, ele visitou pela primeira vez a cidade.
O jornalista foi âncora do Jornal Nacional por 27 anos e está registrado no Guinness Book como o maior tempo já ocupado na bancada de um telejornal. Além disso, trabalha com narração de versículos bíblicos e chegou a gravar durante 33 dias a bíblia na íntegra, trabalho que alcançou 50 milhões de cópias vendidas. O interesse por narrações de caráter religioso, segundo ele, surgiu desde quando era jovem. “Minha família tinha o costume de se sentar no quintal após o almoço e eu pegava a bíblia e lia provérbios, algo me movia”, conta.
Sobre a época como apresentador do Jornal Nacional e do Fantástico, da Rede Globo de Televisão, onde trabalhou por quase cinquenta anos, Cid afirma que todas as matérias se transformavam numa mensagem. “Eu era o mensageiro”, acrescenta. O seu “boa noite” virou bordão no cenário televisivo e deu nome à sua biografia, escrita por sua esposa, a também jornalista Fátima Sampaio Moreira.
Ao ser questionado sobre a popularidade e peculiaridade de sua voz, Cid relata que nem sempre teve controle sobre seu timbre. “Na época do rádio, eu trabalhava na frente da orquestra e meu colega [de trabalho] tinha uma voz um pouco mais alta, então eu me sentia forçado a acompanhar o tom dele e quando terminava o programa de rádio eu estava sem voz, não sei como cheguei aos 90 com a minha voz, hoje garanto que tenho domínio sobre ela”.
Atualmente, o jornalista desenvolve um trabalho no qual grava e estuda a obra de diversos poetas famosos com obras de domínio público como Fernando Pessoa, Gonçalves Dias, entre outros para transformar em poemas narrados. Além disso, ele revela que pretende voltar ao universo do rádio com um programa de 30 minutos diários sobre a bíblia.
Para os jovens de carreira e futuros profissionais, o entrevistado aconselha ter dedicação sempre. “Jornalismo hoje é sensacional, tem que se dedicar 48 horas por dia, aliás, não só no jornalismo, em qualquer profissão, se você não se entregar e não amar aquilo, você pode até ser bom, mas não vai se destacar e para quem está começando, assuma você já é jornalista”, finaliza.
Experiência
Para a estagiária da TV Facopp, Bruna Sugano, para quem estuda telejornalismo, ter contato com o entrevistado é como ver a lenda viva. “Foi muito bacana, ter a oportunidade de conhecer agrega, pois por ele ter revelado que era tímido quando criança, faz perseverança e acreditar que qualquer um pode chegar onde ele chegou”.
Já o estagiário Matheus Honório, ressalta como mais interessante o fato de conhecer um pouco mais sobre a carreira diretamente com o jornalista e não por outros meios. “Foi uma oportunidade de conhecer, ele começou com 17 anos, já tem 73 anos de carreira, 27 anos de jornal nacional, ele é um ícone com aquela voz”.
