Estudante de Jornalismo fala sobre bullying em escolas da região

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01/06/2017 às 11:30 – Atualizado em: 01/06/2017 às 11:32 
Lucas Fernandes, especial para o Portal Facopp

Cedida

Imagem Notícia
A série “Os 13 porquês” fez com o estudante Evans Fitz repassase a mensagem de que o bullying precisa ser conversado e tratado

A nova série da Netflix, 13 Reasons Why (em português, Os 13 porquês)  serviu de inspiração para o aluno da Facopp, Evans Fitz, estudante do 7º termo de Jornalismo, começasse a palestrar em escolas de Presidente Prudente e região, tratando de assuntos polêmicos como o bullying, abuso sexual e suícidio, temas muitas vezes ocultos entre os adolescentes, como uma forma de conscientização.

Após assistir três vezes o seriado, ler o livro de mesmo nome, que serviu como base para o roteiro da série, do escritor norte-americano Jay Asher, Evans decidiu realizar pesquisas sobre como os assuntos retratados no seriado são debatidos dentro das escolas. Deparou-se com uma entrevista em que a atriz protagonista, Katherine Lanford, afirma que são poucas as formas de discussões desse assunto no ambiente escolar e que é necessário debater sobre bullying de forma diferente e menos engessada. Foi assim que a vontade de falar para as pessoas como lidar com assuntos difíceis surgiu.

 “A série escancara muita coisa. Ela não trata os adolescentes como ‘mero adolescentes’, os trata como jovens adultos e joga na cara deles que tudo o que fazem ou não fazem na vida de uma pessoa tem uma consequência e que esta pode ser trágica, como foi com a Hannah Baker”, conta.

O convite para  palestra sobre o tema ganhou força quando o estudante, comentou a ideia  com uma amiga que trabalha em uma escola pública na cidade de Iepê, a 77 km de Presidente Prudente. “Então, a Sandra Beck, mediadora da Escola Estadual Antônio de Almeida Prado, cogitou a possibilidade de eu estar prestando esse serviço lá. Foi aí que as palestras de fato saíram do campo das ideias e se tornaram reais”, afirma. Para o aluno, tratar desse assunto entre jovens e adolescentes é algo essencial e, segundo ele, o melhor lugar para se fazer é dentro das escolas. Além do mais, segundo Evans, o resultado tem sido gratificante.

“Palestrar tem sido ótimo, nunca vi algo tão legal antes. É uma coisa de dar e receber, é gratidão, é tudo! Eu precisava fazer isso, sabe? Olhar todos eles tímidos no início com medo do que ia ser discutido, mas depois ver todos soltos nas dinâmicas – porque eu faço três dinâmicas durante a palestra – se abraçando e pedindo perdão um para o outro foi magnífico”, concluiu.

Mudanças

Para a estudante Priscilla Aparecida da Costa, 17 anos, que está cursando o 3º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Antônio de Almeida Prado, a palestra serviu para unir os alunos. “Realmente achei que foi uma das melhores coisas que aconteceram nessa escola. Um tema tão importante como esse precisa ser abordado dentro das salas de aula. Foi importante, porque na minha sala, por exemplo, as pessoas começaram a se tratar melhor, a se preocuparem uma com as outras, aprenderam a não julgar, não mentir e se tornarem amigos de verdade”, disse.

O debate também mudou as atitudes e a forma de pensar do aluno Gustavo dos Santos Robin, 17 anos, que estuda na mesma escola que Priscilla. Segundo ele, a apresentação melhorou a sua maneira de tratar as pessoas. “Eu achei a palestra muito diferente, foi leve, não foi chata em momento algum. Com certeza mudou minha vida, porque parei de ofender as pessoas ou pelo menos pensar em ofendê-las. Não sou mais o cara que era antes. Senti meio que um toque de tristeza em tudo que ele falou, sobre as pessoas que sofrem e refleti sobre aquelas que eu já magoei. Agora respeito todos os meus amigos e não faço mais brincadeiras de mal gosto”, afirma.

Evans também comenta como foi difícil conviver com os adolescentes na época da escola, justamente o assunto central retrado na série “Todo mundo sofre bullying na escola, até os agressores, de certa forma, sofrem e por isso extravasam em outras pessoas. Comigo não foi diferente. Eu era considerado o preto da sala, o cabelo ruim. Lembro que na pré-escola eu tinha que esperar todas as crianças tomarem banho para depois entrar sozinho no banheiro e me lavar, como se tivessem nojo de mim, sabe? Minha mãe nunca soube disso. O que eu passei de certa forma me fez querer ajudar as pessoas que ainda vivem no meio disso e falando como não fazer foi a melhor forma que encontrei para ajudar. Por isso deixei claro para os adolescentes que não tem nada de legal nisso tudo e que o reflexo é grave. Uma bola de neve que não tem controle”, finaliza.

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