Livro biográfico conta a história de jornalista e suas contribuições para a região

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18/12/2017 às 08:37 – Atualizado em: 20/12/2017 às 14:25 
Sandra Prata

Abraão Wylliams

Divididos em 11 capítulos com o recorte histórico entre 1950 e 1980, o livro tem foco nas contribuições de Altino como correspondente regional

O livro reportagem “Altino – O repórter do interior” mistura jornalismo, literatura e história. A obra é fruto do TCC das alunas do 8° termo Anne Abe, Camilla Saldanha, Nellise Pinheiro e Stephane Melo, que apresentaram o estudo, na quinta (14/12), no Auditório Carvalho, para amigos e familiares. O livro conta a história de Altino Correia, jornalista que hoje aos 83 anos possui uma bagagem profissional de mais de 60. Além disso, a obra compartilha um pouco das contribuições do repórter para a comunicação e para o jornalismo regional. Ao final, o trabalho foi aprovado com louvor pela banca de avaliação, distinção atribuída apenas a projetos executados com excelência e poucas vezes utilizada na Facopp.
 
A apresentação contou com a presença de Altino, colegas de profissão, estudantes, ex-alunos da Facopp e uma banca composta pelos professores Tchiago Inague, Thaisa Bacco e pela orientadora do grupo, Fabiana Alves. De acordo com a docente, o personagem é emblemático por, além de marcar o jornalismo, acumula experiências de mais de 60 anos e acompanhou mudanças significativas na prática da profissão, que, com o passar do tempo, vêm se regenerando, principalmente em aspectos tecnológicos.
 
Por esse motivo, Fabiana acredita ser importante que os alunos de comunicação tenham conhecimento do conteúdo e das diferentes formas de apurar, investigar e checar informações que, devido às ferramentas da época, tornavam as tarefas jornalísticas mais difíceis de serem realizadas do que atualmente. “Apesar dessa mudança técnica, o livro mostra que o jornalismo é o jornalismo de sempre, a essência é a mesma, o bom jornalismo continua ali. Apesar de todas as dificuldades, Altino conseguiu fazer um bom jornalismo naquela época e isso é exemplo para ser seguido até hoje”.
 
História da história 
 
O livro se divide em 11 capítulos e retrata o período entre 1950 e 1980 com foco nas práticas do jornalismo regional da época e na trajetória do repórter que já passou por todos os veículos de comunicação, rádio, TV, impresso e hoje atua como assessor de imprensa e administra um blog chamado “Memórias de um Repórter do Interior”. O trabalho também inaugura o segmento de livros biográficos na faculdade e, segundo o grupo, por não terem um trabalho como base de norteio, utilizaram-se de livros como “Olga”, “Chatô, o rei do Brasil” e “Minha razão de viver: memórias de um repórter” para auxiliar na construção.
 
A fundamentação da obra ficou por conta de matérias encontradas da época, entrevistas com 22 pessoas e um acervo pessoal de Altino com 554 arquivos, entre jornais, matérias de televisão, etc. Sobre a relevância do trabalho em contexto nacional, Fabiana destaca a restauração de uma função já exercida pelo jornalista e que hoje não existe mais, a de correspondente regional. “Na historiografia do jornalismo a gente não encontra alguém que tenha parado e olhado para essa função, então o trabalho delas tem esse valor de ineditismo que contribui para os estudos da área em um todo”.
 
Referente ao período de coleta de informações, realização de entrevistas Nellise Pinheiro conta que o grupo sempre ficava surpreso ao saber de como eram realizadas as coberturas jornalísticas da época. “A gente viu o esforço que ele tinha para fazer as coisas, demorar um dia para enviar uma foto, ter que enviar o texto por telefone e caia a ligação, tudo isso surpreendeu muito a gente, e os casos que ele cobriu, a gente ficava assim ‘como que isso aconteceu?’”, comenta.
 
Ficou na memória
 
Em relação à repercussão surtida pelo trabalho, Nellise admite que teve momentos em que a equipe desejou que o trabalho fosse reconhecido e que agora vendo o resultado, os elogios dos professores, sente que o que escolheu fazer deu certo. “Muitos tinham dúvidas de que conseguiríamos entregar um livro, mas agora deu certo, é uma satisfação muito grande.” A estudante também revela que pretendem publicar a obra principalmente por ser uma história de grande interesse público.
 
Para o homenageado, Altino Correia é uma honra ter sua história reconhecida depois de mais de 60 anos de trabalho. “Coloquei-me a disposição e passei a atendê-las da melhor forma possível”. O jornalista também destaca o trabalho de qualidade realizado pelas alunas e o cuidado no levantamento de informações. 
 
Amigo de longa data de Altino, cerca de 40 anos, o docente Homéro Ferreira esteve presente para prestigiar a apresentação. Ele comenta que a história é motivadora para todos os jornalistas e que se depara com uma escrita espetacular sempre que acessa o blog do jornalista. “Isso estimula na parte de que nós, também podemos caminhar bastante, principalmente os estudantes que abrem a expectativa dessa profissão maravilhosa que só devemos parar de trabalhar quando morrer.”
 
Leitora crítica oficial do grupo, Angelita Saldanha, mãe de Camilla, conta que por gostar muito de ler, sempre ajudava as meninas a adequarem a escrita baseada em sua percepção de leitora. Sobre a apresentação, ela afirma que presenciar a conclusão desta etapa é uma realização de muito empenho. “Espero que agora ela consiga fazer o blog dela, que é o sonho dela e ela pode ser escritora, porque escreve muito bem”, finaliza.

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