26/04/2019 às 15:00
Beatriz Monteiro, Débora Andrade, Helen Gallis e Isabela Souza
Divulgação Internet
O filme retrata o sensacionalismo por meio da busca desenfreada do protagonista por cenas violentas
O filme “O Abutre”, de Dan Gilroy, lançado em 2014, esteve entre as indicações ao Oscar em 2015. Ele conta a história de “Lou”, um jovem solitário que vive de pequenos delitos, até que em uma noite ele se depara com uma equipe de cinegrafistas especializados em “notícias sangrentas”.
Eles ganham a vida mostrando acidentes de trânsito, violência urbana e catástrofes. O protagonista se encanta com aquele mundo e passa a querer fazer parte dele. Mesmo não tendo formação, ele se esforça para aprender sobre tudo.
Depois de conhecer “Nina”, diretora do noticiário da manhã, começa a sua busca por sangue, e vai evoluindo e cada vez perdendo mais parâmetros éticos sobre o que é notícia. Tudo que gera vítimas graves é matéria, por isso ele é “O Abutre”.
O filme tem uma linha direta com o Jornalismo sensacionalista, uma crítica tanto para quem faz, como para quem assiste. Se o filme é o retrato do Jornalismo? A professora Giselle Tomé é concisa: “Pelo contrário, ele retrata o antijornalismo. Porque é uma pessoa [Lou], que vê a oportunidade de ganhar dinheiro com situações que não favorecem ninguém, unicamente interessados na audiência”.
Além de mostrar o lado do jornalista, o filme faz a crítica, talvez até indireta, sobre o que a sociedade quer assistir. O comportamento doentio da massa que se diverte com o sofrimento alheio, sangue. Afinal, ninguém faz TV sem telespectadores, não é?
Sobre as lições que o longa-metragem traz, a professora fala: “De como não fazer, o que não se deve fazer. O interesse é público ou interesse do público? Refletir sobre lições que vemos, o que contribui para democracia? Pois é esse o dever do jornalista: contribuir”.