“O Fotógrafo de Mauthausen” valoriza a fotografia para retratar o passado

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08/05/2019 às 19:52 – Atualizado em: 08/05/2019 às 20:23 
Camila Araujo e Pedro Silva

Divulgação Filmax

Cena do Filme “O Fotógrafo de Mauthausen”

 
Na história moderna, o mais brutal e cruel período da humanidade, sem dúvidas foi o período Nazista, que assombrou a Alemanha e parte da Europa nas décadas de 1933 a 1945.
 
Nos campos de concentração, prisioneiros de guerra, judeus, negros, homossexuais, ciganos, e muitos outros grupos eram aprisionados e sofriam os horrores praticados pelos nazistas.
 
Para ter algum tipo de controle, os campos registravam todos os prisioneiros que neles chegavam, com um fichamento com fotos. E é nesse contexto que se passa o filme “O Fotógrafo de Mauthausen”.
 
O filme espanhol dirigido por Mar Targarona estreou no dia 22 de fevereiro de 2019 na Netflix, e conta a história de Francesc Boix (interpretado por Mario Casas), ex-soldado espanhol que lutou na guerra civil da Espanha, e se tornou fotógrafo dentro do campo de concentração de Mauthausen, na Áustria.
 
Segundo o professor mestre Renato Pandur, a composição de luz no filme traz um ótimo tom de dramaticidade, encaixando-se no gênero.
 
“Acho perfeita e se encaixa no propósito da narrativa do filme: paleta de cores frias com tons sépia e iluminação com amplo uso do Halo(luz contraste) que faz aumentar a dramaticidade das cenas”, pontua.

Quando um oficial nazista reconhece o talento de Francesc para fotografia, ele o leva para fotografar não só fotos 3×4 para fichar os prisioneiros, mas também os crimes que eram cometidos no campo de concentração.
 
O longa-metragem mostra a importância que a fotografia tem para história, pois a trama gira em torno dos prisioneiros que protegem negativos de filmes para usar como provas contra o regime nazista.
 
O que se pode mais destacar nessa produção é como ela mostra a importância e força que a fotografia tem com a história. Também apresenta o amor que os fotógrafos têm por seu trabalho, e como eles encaram essa arte.
 
As fotografias apresentadas no filme são reais e realmente foram provas para condenar oficiais do alto escalão nazista, que ordenaram a destruição de todas as possíveis ligações dos oficiais aos crimes cometidos.
 
Baseado em uma história real, o filme tem um clima dramático e frio, passando aos espectadores a sensação de estar inserido em tamanho horror.
 
Pandur comenta que a paleta de cores apresentada no filme cria uma ambientação do horror, o que coloca o espectador no cenário da guerra.
 
“Eles acertaram em usar essa paleta de cores mais acinzentada, meio sépia, não tanto como a tonalidade das fotos reais da época, mas que transmite essa coisa do medo, da tortura nos campos de concentração, do terror”, diz o professor, e ainda acrescenta que não seria apropriado utilizar outra paletas de cores, pela relação histórica com as fotografias.
 
Cada personagem envolvido com a esperança de um dia sair vivo daquela situação tem um backgroundde motivação que são ao filme mais camadas de entendimentos além da mais perceptível, o que leva ao desejo de rever toda a obra para perceber mais detalhes das personalidades.
 
A dualidade de cada personagem também algo muito bem trabalhado, tirando a falsa verdade de que todos são perfeitos, por exemplo, o próprio protagonista, que afirma que faria de tudo por seus ideais políticos, mostrando a polarização gigante presente naquele período, mesmo nos que ajudaram a condenar os criminosos.
 
Em resumo “O Fotógrafo de Mauthausen” é uma obra para aqueles que gostam de história, drama, fotografia e jornalismo. Muito bem desenvolvido, o filme te dá vários pontos de vista, e várias histórias que prendem o espectador até o fim.
  

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