Rayane Pedroso e Vinícius Antunes
28/09/2022 às 17h

Em todo dia 25 de setembro é comemorado, no Brasil, o Dia Nacional do Rádio. Este ano, porém, foi um pouco mais especial já que, em 2022, é celebrado o centenário da primeira transmissão oficial de rádio em solo nacional. Mas, afinal, você conhece a história radiofônica brasileira? Ele ainda é um dos principais meios de comunicação e, mesmo com a criação e difusão da televisão e internet, adaptou-se e continua presente nas casas do país. De acordo com a Câmara dos Deputados, pesquisas indicam que mais de 80% da população ouve rádio, atingindo as mais distantes regiões e classes sociais.
Oportunidade
Por influência de dona Laura, sua mãe, até chegar a mais de 20 anos como docente na área, o professor Homéro Ferreira afirma que o rádio abriu as portas do jornalismo em sua vida, possibilitando adentrar outros meios e até mesmo presenciar vários acontecimentos históricos que ele sempre se recorda. “Quando a Joven Pan mobilizou São Paulo para ajudar no socorro às vítimas dos incêndios nos edifícios Andraus e Joelma, no começo dos anos 1970”, relembra.
Em todo o tempo que trabalhou e ouviu as produções sonoras, conheceu várias pessoas que o inspiram, dentre eles estão nomes como Ricardo Boechat, Joseval Peixoto, Isabele Benito e Lêda Marcia, que já fez parte do corpo docente da Escola de Comunicação. Homéro explica que, com o passar do tempo, o rádio se modificou e reinventou, mas a essência permanece igual. “O conteúdo jornalístico continua sendo o mesmo: contar uma história com começo, meio e fim”.

Conexão
“O rádio representa para mim a conexão mais fiel com o espectador dentre os meios de comunicação tradicionais.” Profissionalmente, para o Adriano Batista, jornalista e técnico do Rádio Lab da Escola de Comunicação, é um meio de preparar comunicadores para o mercado de trabalho. “Penso que o profissional de comunicação que trabalha com facilidade no rádio, tem condições de se sobressair em qualquer outro meio. Isso se deve a uma característica intrínseca ao rádio: o improviso.”
O jornalista conta que passou do menino que ouvia programas junto com a família até chegar ao ponto de ser reconhecido na rua apenas pela sua voz, por um ouvinte da Rádio Comercial. Hoje costuma escutar notícias, podcasts e programas esportivos. Suas referências são: Milton Jung, jornalista da Rádio CBN; José Paulo de Andrade, da rádio Bandeirantes, e Carla Bigatto, da BandNews FM.
Na sua concepção, a maior mudança das produções sonoras ao longo do tempo é a flexibilidade em relação a padrões de voz. “Há algumas décadas, a exigência por vozes graves e vocabulários mais formais eram requisitos básicos para falar no rádio. Atualmente, desde que o profissional tenha conteúdo, ele pode se comunicar sem maiores preocupações. Imagino que isso se deva também à popularização de formas e formatos de se criar produtos de áudio pela internet”, avalia Adriano

Futuro
Vinícius Garcia, aluno de Jornalismo, afirma que sua paixão pelo rádio o fez escolher o curso, já que é principal canal em que se informa, acompanha jogos e passa grande parte do dia. Ele acredita que o meio de comunicação é muito importante, por conta da agilidade e praticidade que proporciona, podendo ser produzido e consumido de qualquer lugar e sem parar a rotina.
Segundo Vinícius, a marca do rádio é a facilidade de se reinventar, nos últimos tempos, por exemplo, incluiu o vídeo às suas transmissões, algo que, para ele, tornou-se quase obrigatório. Outro evento marcante para o estudante foi nos seus 15 anos, quando fez sua primeira participação ao vivo, durante uma partida de futebol. “Estava com um pouco de medo, principalmente por ser muito novo, no final deu tudo certo e me diverti bastante”, conta.
