Técnico paulista de League of Legends conta suas vivências e desafios no cenário brasileiro

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email

Abner de Souza (redator), Sabrina Vansella (editora) e Rodrigo Gonçalves (repórter), especial para o Portal Escola de Comunicação
17/06/2022 às 12h 

A profissão de coaching auxilia os demais membros da equipe em como se posicionar no jogo, agir diante aos times rivais, entre outros. (Foto: Cedida/Guilherme Domingues)

Já se sentiu culpado por jogar videogame a noite inteira e deixar de lado aquela prova? Saiba que muitas pessoas ganham a vida por meio de diferentes jogos, inclusive os eletrônicos. Atualmente, existem diversas profissões para aqueles que se interessam por games, como: designers, programadores, animadores e até mesmo os pro-players, carreira que pode garantir um salário entre R$3 mil a R$20 mil de acordo com Ctrl Play.

Para o técnico paulista Guilherme Domingues, de 24 anos, jogar já faz parte da sua vida. Ele conta que é jogador de League of Legends há cerca de dez anos e começou a atuar profissionalmente há quase quatro anos. “Eu sempre dei aulas. Fui instrutor de aulas do pacote Office, então resolvi unir isso ao meu hobby, que era jogar LoL. Começar a ser técnico foi acontecendo e fui estudando o jogo”. 

Como um técnico de League of Legends atua na prática? Segundo Guilherme, é uma profissão que abrange muitos campos diferentes, que vão desde estudar o times inimigo até lidar com pessoas diferentes. “Eu penso que o maior problema é lidar com pessoas que acham que sabem de tudo. A parte mais difícil é encarar pessoas que estão ali para aprender, mas que querem dar aula no seu lugar”, pondera. Outros desafios que o jovem conta são conciliar alguns aspectos, como visar a própria melhora quanto a do time em que ele auxilia. “Era difícil se equilibrar nessa corda-bamba”, avalia.

Há quem pense que é uma rotina fácil, mas, segundo o técnico, ele trabalha desde a hora que acorda até quando vai dormir. “No período da manhã, eu estudo para visar minha melhora individual. À tarde, eu estudo junto ao time para vermos algumas estratégias e analisar o que dá para fazer. E, de noite, nós treinamos.”

Desbloqueando conquistas

A tela de seleção de campeões do jogo e o aplicativo de chamadas Discord, são vistas comuns do dia-a-dia, segundo o treinador (Foto: Cedida/Guilherme Domingues)

Guilherme conta que já alcançou alguns méritos na sua carreira, como ganhar campeonatos de LoL, no qual alcançou o tier 3. As disputas do jogo são divididos entre classificações que vão de 1 a 4 e fazem referências a criaturas presentes dentro do jogo:

  1. Minion;
  2. Dragão;
  3. Arauto;
  4. Barão.

É válido destacar que a empresa responsável pelo jogo possibilita que os próprios jogadores organizem campeonatos, quando a distribuidora arca com a premiação e divulga as partidas do circuito amador. 

“Além disso, eu já me entrosei perto de algumas pessoas grandes dentro do cenário quando fui no stand da Brasil Game Show”, afirma Guilherme. Ele conta que, desde o começo da sua profissão, se sustenta apenas com a renda que ganha sendo coaching. “Eu não trabalho com nada mais, apenas LoL. Eu não quero ser uma estrela no meio do LoL, acho que estou mais para algo inicial, como se fosse uma escola mesmo”, declara Domingues.

Para o treinador, sua principal conquista é a de evoluir todos aqueles que o contrataram para que, no futuro, olhem para trás e reconheçam o seu trabalho como técnico. “Não quero ser conhecido como campeão do CBLOL e sim pelo cara que revelou prodígios”, afirma.

É importante ressaltar que quem quer seguir na carreira de coaching de algum jogo eletrônico tem que gostar muito. “Você vai tomar café da manhã vendo jogo, almoçar vendo jogo, sabe? Você tem que estudar e saber transmitir tudo”, explica.

O que é League of Legends?

O MOBA, inicialmente, foi lançado com 14 campeões, entre eles, Nunu e Wiilump, o garoto e seu Yeti. (Imagem retirada do site Riot Games)

Segundo a descrição do próprio game, League of Legends, ou “LoL” como é comumente chamado pelos jogadores, se trata de um multiplayer online battle arena (ou MOBA). O jogo consiste em partidas compostas por cinco jogadores em cada equipe, cada uma com o objetivo de destruir a base inimiga e conquistar objetivos, como matar dragões e monstros. 

Ainda segundo a descrição, ele foi originalmente lançado em 27 de outubro de 2009 e consistia no mesmo modelo que é hoje em dia. Os diferenciais eram apenas a qualidade gráfica devido às limitações da época, a baixa diversidade de personagens jogáveis e a ausência de uma história complexa por trás do game. 

Em novembro de 2021, em anúncio feito pela própria Riot Games em seu twitter, o game atingiu cerca de 180 milhões de jogadores mensais. Grande parte desse público foi conquistado devido às estratégias de marketing feitas pela empresa responsável pelo game, a Riot Games. Livros, HQs, músicas e principalmente a série animada Arcane, que alcançou o posto de produção mais vista da Netflix no mundo na semana em que foi lançada, consistem para que o universo de Runeterra (realidade onde se passa o jogo) seja rico em informações. 

Cenário profissional no Brasil

Em 2022, o Campeonato Brasileiro de League of Legends aconteceu de forma reduzida devido aos reflexos da pandemia no país (Imagem retirada do site LoL e-Sports)

O impacto do game no Brasil foi tão grande que os jogadores começaram a pedir condições melhores para os usuários brasileiros. Segundo o blog Runas LoL, em 2012, foi lançado um servidor único para o país, o server BR. O site R7 completa que, consequentemente, houve a abertura maior para o cenário profissional e a notoriedade no jogo, resultando na criação do CBLOL, o Campeonato Brasileiro de League of Legends. 

O cenário também é bem receptivo no Brasil, como declarado por Guilherme. Há algumas ligas menores que tem como intuito dar maior visibilidade para novos jogadores. “Esses espaços, fazendo uma analogia, seriam como a série B no futebol”, comenta. Algumas ligas como Go For LoL, CBLOL Academy (na qual o técnico já colocou dois alunos), entre outras, atualmente são responsáveis por revelar os grandes nomes do futuro.

Muitos jogadores se destacaram ao longo dos anos, tanto dentro, quanto fora do Brasil. O mesmo vale para os times. Equipes como a Pain Gaming, INTZ e Red Canids são alguns dos exemplos mais notáveis fora do país. A última citada, recentemente, foi bicampeã do circuito brasileiro e se classificou para o Mid Session Invitation, ou MSI, campeonato mundial de meio de ano do game. De acordo com o The Enemy, a equipe acabou sendo desclassificada por perder quatro partidas para a equipe chinesa Royal Never GiveUp (RNG). 

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email
Escola de Comunicação e Estratégias digitais | © 2021 Todos os direitos reservados.​