Uma terra sem leis: Uno se torna jogo onde cada um cria suas próprias regras

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Isabela Gomes, Nathália Prado, Rayane Pedroso e Vinícius Antunes, especial para a Escola de Comunicação
02/03/2023 às 17h

Jogadores muitas vezes sequer leem o manual de regras do Uno (Imagem: Reprodução Twitter)

É quase certo que você já se divertiu e perdeu algumas amizades jogando Uno durante sua vida. Ele é um dos jogos de cartas mais famosos no mundo. Segundo a Mattel, fabricante do jogo, já foram vendidas mais de 150 milhões de unidades em pouco mais de 50 anos de história. Por conta da popularidade, cada jogador cria suas próprias regras e, muitas vezes, desconhece as originais, sendo fato comum ter que explicar sua forma de jogar em cada grupo de amigos.

A egressa de Publicidade e Propaganda, Sarah Campos, afirma que conhece o game desde a infância e, com o tempo, foi aprendendo e criando regras novas com os amigos. “Quando se joga o 7 todos ficam em silêncio durante uma rodada, no 9 batem a mão na carta e no 0 pode trocar de carta com qualquer um (menos se a pessoa tiver 0)”, conta.

Ela relata que leu as regras oficiais há muito tempo e mesmo assim não as segue à risca. “Li o manual uma vez até hoje e nem lembro o que estava escrito”. Quem também tem muitas histórias com Uno é a estudante do 7º termo de Publicidade e Propaganda, Isabelle Andrade, ela relata que existe o risco de quebrar relações. “É um jogo para ser jogado entre amigos, mas você pode acabar sem. Só porque a gente joga um +4 as pessoas não aguentam”, brinca.

+4 versões do Uno

Apesar das diferenças nas regras que cada grupo segue, uma coisa em comum entre as duas alunas é a vontade de jogar a nova versão minimalista do game. Inclusive, você conhece os diferentes estilos de cartas? Veja a seguir alguns deles:

O tão desejado Uno minimalista tem as cartas em fundo liso e com os ícones mais simples e modernos. É um luxo!

Esse deck de Harry Potter é para os bruxos de plantão. E se um trouxa te fizer comprar +4, o Expelliarmus pode ser útil.

Não só nas quartas usamos rosa. Com mais de 200 profissões, é claro que a Barbie não perderia a oportunidade de ter seu próprio Uno.

Uno ou Banco Imobiliário? A edição especial de 50 anos trouxe uma moeda para o game. O interessante é que só vem uma na caixa, deve ter sido mais uma estratégia para causar brigas.

Invertendo a perspectiva

Olhando por outro lado, existe toda uma estratégia para o Uno ser esse sucesso com o público. Segundo Lucas Dalbeto, professor de Design da Unoeste, o game proporciona uma tensão em quem joga, causando um magnetismo que fascina os jogadores.

Para Dalbeto, o Uno foi um dos responsáveis pela difusão dos jogos de cartas para além do baralho tradicional. Assim como os diferentes layouts, que são criados para atrair o público, evitando que ele canse e perca o interesse no jogo. “Apresentar novas versões do mesmo jogo, seja por meio da aparência das cartas/peças/tabuleiro, ou de expansões, é uma forma de contornar essa inevitabilidade”, explica.

Quanto às várias formas de jogar que são criadas, ele afirma que esse é um dos princípios do projeto, levando possibilidades de jogabilidade para os usuários, deixando que transformem as regras de acordo com o interesse de cada grupo. “Eu acredito que o Uno tenha conseguido o que apenas jogos mais clássicos conseguem: se tornar parte de uma cultura mais abrangente”, completa. 

Bloqueando os criadores de regras

Mesmo raramente sendo seguidas, pasmem, existem regras oficiais que o Uno disponibiliza. Veja agora algumas delas (não que você vá seguir, só para causar um pouco mais de discórdia):

(Arte: Nathália Prado e Rayane Pedroso)

Só para bater a nostalgia, fica aqui um vídeo que o Uno ensina como jogar, com aquela clássica música que todo mundo conhece: “Cada jogador com 7 cartas se arruma” (leia cantando).

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