Ciclos que marcaram décadas: as releituras da moda que geram tendências 

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Isabela Gomes, Nathália Prado, Rayane Pedroso e Vinícius Antunes, especial para a Escola de Comunicação
07/12/2022 às 16h

A moda sofre releituras com o passar do tempo, voltando com peças que marcaram gerações (Foto: Nathália Prado)

Vamos falar sobre moda? Assim como tudo na vida, ela também é feita de ciclos, as peças vêm e vão, e o que muitas vezes era impossível de ser usado passa a ser a sensação do momento. Existem estilos de décadas atrás que se reciclam com o passar dos anos, são adaptados a geração atual e marcam tendência com as diferentes formas de usar. Vamos entender um pouco mais sobre isso e relembrar alguns ciclos?

A designer e coordenadora do curso de Design de Moda da Unoeste, Veridiana Ferreira, explica que as peças que retornam com o tempo são chamadas de “releituras”, porque não se trata da mesma peça, mas sim uma inspiração para construção de algo novo, com outro tecido ou outra adaptação.

Ela exemplifica os ciclos da moda como montanhas: após o lançamento das tendências elas passam pelo processo de ascensão, quando o público aceita e se adapta, crescem e chegam ao estágio de amadurecimento; se houve uma boa aceitação da maioria, pode ser considerado moda até atingir o topo e depois o declínio.

A coordenadora comenta que hoje em dia “estar na moda” é muito relativo, pois, por mais que em termos corretos seja o momento em que a peça passa pelo seu amadurecimento e alcança o estágio de “moda do momento”, também se trata de usar aquilo que você gosta e se sente bem. “A gente já não trabalha mais moda hoje com tanta ditadura de beleza, de formas, de estilos e tipos de roupas”, comenta Veridiana.

Para o designer e comentarista de moda Gerson Britto, a moda tem se reciclado com uma frequência maior atualmente, por conta da agilidade das informações. “Antigamente a moda voltava num período de 20 a 30 anos, com o nosso período tecnológico tudo está muito rápido”, afirma. Ele explica que isso ocorre porque as pessoas se renovam junto com as tendências, criando propostas e se baseando nas que já existem.

Quem faz a moda?

As tendências são lançadas em torno de dois anos antes de estarem realmente nas vitrines. São ideias que tendem a dar certo e virar moda. De acordo com Veridiana, os profissionais na área fazem uma pesquisa para que sejam criadas tendências que refletem a sociedade, os interesses das pessoas e o que está marcando o momento. 

Ela identifica as indústrias da moda como grandes influências do que pode ganhar destaque ou não. Veridiana aponta dois tipos:

Bubble-up: a moda das ruas, como movimento punk, movimento hippie, influenciadores e grupo de pessoas que lançam uma customização, uma forma de usar algo diferente. Se as pessoas comprarem a ideia, vão começar a usar até se massificar e ficar em alta. (Foto: Jakayla Toney)

Trickle Down: celebridades como cantores, atores e outros famosos que podem lançar tendências em suas combinações. (Reprodução: Instagram @beyonce)


“Quem faz a moda são as pessoas, às vezes vem de cima, de socialites que fazem esse gotejamento até chegar em classes menores ou vem mesmo da rua, do próprio povo, e as marcas vão glamourizando até chegar nas altas sociedades”, explica Veridiana.

Britto lembra também que tecidos, modelagens e padronagens influenciam muito na aceitação do público. “Antes da estilista francesa Coco Chanel, a moda tinha uma outra cara. Foi através dela que as mulheres se libertaram das peças que eram compostas por armações e, principalmente, os corsets que marcavam a silhueta. Chanel mudou a visão da moda e suas peças continuam até os dias de hoje”, exemplifica.

Mas o que é moda?

Segundo Britto, os designers apostam no que acreditam ser o “queridinho” da vez, mas isso nem sempre funciona. Todos têm aquele look que não querem passar perto, certo? Para ele, não é diferente. Britto conta que detestou o estilo de saia Balonê, por exemplo. “Menos mal que não o vemos como principal tendência de moda. Que fique esquecida por longos anos”, brinca.

No fim, o designer de moda afirma que tudo o que importa é estar bem com seu estilo, pois não seguir os padrões está na moda. De acordo com Britto, a roupa deve vestir primeiramente a alma, a pessoa deve sentir o que veste. “O segredo é se vestir com a roupa e não se cobrir com ela”.

Qual a sua moda?

A aluna Sarah Campos, do 8º termo de Publicidade e Propaganda, conta que adora a mistura dos estilos vintage e moderno. A sua época da moda preferida é a dos vestidos usados com luvas. A estudante ficou contente ao ver que essas roupas estão voltando.

Apaixonada por looks mais clássicos, Sarah afirma que usa roupas que se reciclaram e voltaram a ser tendência. “Os famosos blazers e a blusa cacharrel são peças que amo, fora os vestidos bem ‘menininha”.

Relembre agora estilos da moda que marcaram as décadas ao longo do tempo, por meio do ensaio produzido com as alunas do 6º termo de Publicidade: Isabelle Andrade, Kalline Klem e Maria Fernanda Tenório; e com fotos da Nathália Prado, do 6º de Jornalismo.

Década de 1960

“Eu gosto bastante de ambas as décadas. Com toda certeza, usaria algumas peças dos looks de antigamente”, afirma Isabelle Andrade.

Década de 1970

“É um tanto quanto interessante representar essa época, já que vem carregada do estilo hippie”, avalia Kalline Klem.

Década de 1980

“Acho que os looks esbanjavam personalidade”, considera Isabelle sobre a moda dos anos 1980.

Década de 1990

“Tenho sido mais ousada nas minhas escolhas de roupas, amo usar macacão, adoro um short e calça de cós alto. Amo roupas com estampa xadrez e a combinação com o jeans”, conta Maria Fernanda Tenório.

Década de 2000

“Olhando para o meu estilo hoje, a década de 2000 é a que eu usaria, já que são tendências que mais se aproximam do meu cotidiano, deixando de lado o cinto de corrente e focando mais em um cropped e jeans”, afirma Kalline.

Década de 2010

“Adoro a calça jeans cos alto rasgado, curto muito a combinação com um cropped, uma peça muito usada nas décadas passadas e que vem ganhando força. Fora que os sapatos All Star nunca saem de moda, agregando ao estilo das pessoas”, enfatiza Maria Fernanda.

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