Terceiro setor é destaque na 4º mesa-redonda

Yasmim Silva, especial para Escola da Comunicação
04/05/2023 às 15h

Ontem (03/05) foi realizada, no auditório Jacarandá, a quarta mesa-redonda, organizada pelos alunos do primeiro termo dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste.  O evento teve como tema “A importância da comunicação no terceiro setor” e para participar da discussão foram convidados a jornalista, Amanda Albuquerque e o publicitário, Daniel Teixeira. Ela atua no neste setor desde 2017 e é co-fundadora da Aurora Estúdio Criativo e Daniel tem oito anos de experiência na área da comunicação. Ambos trabalham no Hospital da Esperança de Presidente Prudente.

Para Amanda, abordar este tema é muito importante, pois as instituições do terceiro setor precisam de olhos mais atenciosos e a comunicação vem para ajudar a ter mais relevância na sociedade.

Daniel, que atua na parte de marketing e comunicação do hospital, fala sobre a necessidade do seu trabalho nesta área para atrair a atenção das pessoas para que conheçam a causa. Ele diz que como o câncer atinge diversas pessoas, o assunto acaba sendo muito relevante e bastante discutido. “Acho bacana essa iniciativa de trazer esse lado humano da nossa profissão para dentro da faculdade”, pontua.

A comunicação do Hospital da Esperança é feita de forma orgânica, que se baseia em trabalhar a experiência e conexão com pessoas antes de investir em mídia paga. Segundo Amanda, há conteúdos do hospital que alcançam 20 mil pessoas, de forma orgânica, isso tudo trabalhado com audiência e familiares dos pacientes.

Ainda de acordo com a jornalista, o hospital está operando com um terço da capacidade por falta de recursos. “Dá dó, você entrar na instituição e ver um prédio totalmente equipado, com equipamentos de ponta e que não poder acolher pacientes que estão na fila morrendo, por falta de recursos”, relata. 

Por isso, a comunicação se torna essencial, pois informa e mobiliza as pessoas. A jornalista conta que é extremante importante falar sobre a instituição, mostrar como pode ser ajudada e levar essa causa para a maior quantidade de pessoas possíveis.

Daniel diz que quando há envolvimento com as causas do paciente, acaba sendo entregue um trabalho diferente e que o terceiro setor precisa de um olhar humano e com mais carinho. Entretanto, esse envolvimento não pode ser levado muito para o pessoal. Ele cita uma situação em que a equipe estava tão envolvida com a família de uma paciente que quando ela veio a falecer, ele chegou a pensar em não querer ter filhos, pois essa situação “acontece com crianças”.

Da paciente, Daniel guarda com carinho até hoje um coração de papel, feito por ela, com a escrita: “Obrigada por cuidarem de mim, amo vocês, Deus abençoe”, e conta que quando está mal ou pensa em desistir, ele se lembra de tudo o que fez por ela. 

Aprendizado 

Sobre o bate-papo, o estudante do primeiro termo de Publicidade e Propaganda, Gustavo Cabral, conta que o terceiro setor mexe muito com o coração e emocional, pois trata de cuidar das pessoas e participar do cotidiano delas. “Essa é a nossa parte humana, e é por conta de mexer com isso (coração e emocional), a gente se propõe a ajudar cada vez mais essas pessoas”, diz.

Já a aluna do primeiro termo de Jornalismo, Maria Clara Catuchi, uma das organizadoras do evento, fala sobre como foi o planejamento e a cautela em organizar tudo com antecedência para que não desse nada errado. “Foi uma experiência incrível organizar o evento, uma coisa nova e muito prazerosa de ser feita.”

Serviço

As mesas-redondas são abertas ao público e acontecem uma vez a cada 15 dias no auditório Jacarandá, Bloco B3, piso 4 da Unoeste Campus II, sempre às 19h. É transmitida ao vivo pela Rádio Escola de Comunicação. Esse evento é uma proposta da disciplina Comunicação em Prática, da professora Giselle Tomé, que conta que adora auxiliar os alunos na organização e sempre espera que esses saiam de alguma forma impactados e pensando sobre o assunto desenvolvido. “Organizar as mesas é sempre prazeroso, cada grupo tem uma dinâmica”, afirma.