Workshop de livro-reportagem ensina caminhos para um bom projeto

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28/10/2019 às 09:00
Ramon Diniz

Oficina reuniu principalmente docentes e discentes da graduação de Jornalismo (Foto: Marlene Reverte)

Durante os quatro dias do Enepe 2019 (Encontro Nacional de Pesquisa e Extensão), várias oficinas e palestras trouxeram para a universidade uma chuva de novos conhecimentos. Dentre esses eventos, foi realizado na noite da última quinta-feira, 24, o workshop Pesquisa Jornalística: a construção de narrativas para o livro-reportagem”, ministrado pelo professor e jornalista Iago Porfírio. O encontro, que reuniu alunos e inscritos no evento, ocorreu no Auditório Primavera, das 19h às 22h.

Embasado em um estudo feito durante três anos em sua graduação na UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), Iago apresentou aos participantes uma desconstrução do gênero livro-reportagem, com ênfase em técnicas e estratégias para não errar na hora de montar uma narrativa.

Dividida em dois blocos, a oficina trouxe, em um primeiro momento, diversos tópicos para uma boa estruturação da pesquisa, tais como suas fases, operações metodológicas e sua função documental. Durante o encontro, Porfírio ressaltou a importância de três termos fundamentais nesse processo e que são imprescindíveis para qualquer produto jornalístico: a ética, a técnica e a estética, sempre voltados à apuração das informações.

Além disso, o jornalista explicou como transformar uma fonte em um personagem presente na narrativa. Para isso, orientou os interessados em redigir um romance-reportagem a sempre optarem pela entrevista física, a fim de obter uma observação direta do objeto e sua descrição sem nenhum tipo de ruído.

No segundo bloco do workshop, Iago apresentou toda a teoria dita anteriormente na prática. Para exemplificar, ele usou seu próprio livro “Deus foi dormir: histórias de vida da favela Cidade de Deus”, fruto do seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) em Jornalismo. “Entrar de cabeça em um projeto assim demanda tempo e dedicação. As dificuldades são muitas, inclusive. No meu caso, a locomoção de todos os equipamentos da faculdade para o local onde eu estava entrevistando as personagens era uma delas. Mas o resultado é gratificante”, conta.

Sobre o encontro, Iago avalia positivamente e agradece a participação de todos os que estiveram presentes. “Em tempos de ataque à produção de conteúdo no país, eventos de extensão como esse dão fôlego ao pensamento crítico da juventude, servindo como uma ferramenta de trocas e reflexões sobre o papel social que o jornalista tem na sociedade”.

MAIS CONHECIMENTO

Para alguns dos presentes, a oficina trouxe um grande complemento para suas vidas acadêmicas. Esse foi o caso da estudante Sandra Prata, que atualmente cursa o 8º termo de Jornalismo. Em parceria com mais três colegas, Sandra está na reta final de seu TCC, que traz a trajetória de vida do médico Gabriel Costa Neto no livro-reportagem “Veias que Pulsam”.

Para Sandra, o momento foi de extremo aprendizado, principalmente por adentrar em um assunto que não se vê com frequência na faculdade. “A abordagem que Porfírio trouxe para nós foi muito significativa. Com ela, aprendi que nosso TCC não precisa morrer depois de ser defendido, que nós podemos continuar com essa propagação de ideias por diversos outros lugares”, conclui.

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